Ibovespa em dólar soma 20% de alta em apenas dois meses; veja quem puxa resultado

Cálculo do BTG foi feito no acumulado desde abril, pós-tarifaço de Trump

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Publicado em 21/05/2025 às 13:28h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 21/05/2025 às 13:28h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Ibovespa reflete desempenho das ações no país (Imagem: Shutterstuck)

Nas últimas semanas, o Ibovespa (IBOV) vem batendo recordes nominais consecutivos. Na última terça-feira (21), por exemplo, o principal índice da bolsa de valores brasileiro fechou acima dos 140 mil pontos, o que nunca tinha acontecido na história.

📊 No entanto, os ganhos da bolsa não se resumem à cotação em real, conforme relatório divulgado pelo BTG Pactual. Desde abril, a valorização do Ibovespa na cotação em dólar já passa dos 20%.

O ponto de partida para a análise do banco de investimentos foi o dia conhecido como “Liberation Day”, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de tarifas para vários países. A decisão movimentou os mercados globais fortemente, fazendo com que especialmente as moedas emergentes se desvalorizassem.

Quando o mercado se acalmou -e Trump paralisou as medidas- a sorte apontou para os mesmos mercados. E é neste grupo que o real e a bolsa brasileira estão incluíndos, portanto, viram forte valorização.

O banco destaca que, entre as 87 ações que compõem o Ibovespa, apenas sete delas tiveram retorno negativo desde 8 de abril até esta terça, 20 de maio. Neste mesmo período, o Ibovespa acelerou 16,1 mil pontos.

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A maior parte deste movimento foi incentivado pelas ações de empresas dos setores financeiros. Bradesco (BBDC4) acumulou 30% de alta, enquanto B3 (B3SA3) subiu 27% e Itaú (ITUB4) acumulou 22%.

Fora deste segmento, outros tickers que contribuíram foram Sabesp (SBSP3) que avançou 21,4% e Vale (VALE3) que subiu 12,5%. Por outro lado, o resultado só não foi melhor porque Raia Drogasil (RADL3) recuou 23% e o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 7% depois dos resultados do primeiro trimestre decepcionar os investidores.

De olho no exterior

Nesta quarta (21), o IBOV é negociado com baixa de 1,2%, aos 138,3 mil pontos, de acordo com dados da bolsa de valores. O resultado atual apagou a valorização alcançada na última semana, deixando o índice no vermelho em quase 0,5%.

O resultado é um reflexo da preocupação global com os dados inflacionários que serão divulgados pelos Estados Unidos. O crescimento do déficit fiscal do país acende o alerta dos investidores, já que essa é a economia considerada o porto seguro para os investimentos globais.

O Fundo Monetário Internacional criticou o governo dos EUA e apelou que o país reduza o déficit fiscal. Em entrevista do Financial Times, a diretora Gita Gopinath destacou que o corte de impostos gera preocupação para a economia local e global.

“Deveríamos ter uma política fiscal nos EUA que seja compatível com a redução da dívida em relação ao PIB ao longo do tempo”, afirmou ela. “A expansão contínua das restrições comerciais e o progresso insuficiente no tratamento das vulnerabilidades destacadas pelas falências bancárias de 2023 apresentam importantes riscos”, completou.