Ibovespa despenca com tombo da Cosan (CSAN3); dólar dispara após sanções dos EUA

Novas sanções dos EUA também fazem pressão sobre o dólar que cresce 0,6% no dia, na contramão global.

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Publicado em 22/09/2025 às 13:00h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 22/09/2025 às 13:00h Atualizado 4 minutos atrás por Wesley Santana
Cosan é uma empresa com atuação e produção em diversas áreas do setor agrícola (Imagem: Divulgação)
Cosan é uma empresa com atuação e produção em diversas áreas do setor agrícola (Imagem: Divulgação)

Na manhã desta segunda-feira (22), o Ibovespa (IBOV) operava com baixa de 1%, de acordo com dados da B3. Por volta das 12h, o indicador da bolsa de valores brasileira havia perdido o patamar anterior, voltando a ser negociado na faixa de 144,3 mil pontos. 

O mesmo acontecia com o dólar que, na contramão do mundo, operava em alta no Brasil. No mesmo horário, a moeda dos Estados Unidos era negociada a R$ 5,35, com avanço de 0,6% em relação ao fechamento da última sexta. Outras moedas importantes, como o euro, também se apreciavam frente ao real brasileiro. 

O movimento da bolsa é fruto de uma queda de 20% nas ações da Cosan (CSAN3), que viu suas ações saírem do patamar de R$ 7,60 da semana passada para menos de R$ 6. Em um ano, os papeis perderam cerca de 52% do valor de mercado. 

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Já o avanço do dólar está ligado a uma reação do mercado à decisão do governo dos Estados Unidos de continuar sancionando autoridades brasileiras. Desta vez, a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi alcançada pela Lei Magnitsky.

A nova medida acende o alerta para uma eventual derrubada das isenções que o governo Trump fez para importações oriundas do Brasil. Grande parte dos produtos recebidos pelo país ficaram fora da lista de 50% de taxas, mas isso pode mudar a qualquer momento, conforme destacou nota da agência de classificação de risco Moody’s.

A decisão do governo Trump é uma retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Os magistrados impuseram uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão. 

“Esses acordos podem ser revertidos se as tensões aumentarem”, comentou Adrian Garza, diretor de crédito sênior da Moody’s para a América Latina. “Os bancos brasileiros até agora evitaram sanções, mas medidas podem interromper operações transfronteiriças e minar a confiança dos investidores”, destacou ele, em entrevista ao Estadão. 

Cosan no radar

Os papéis da Cosan vêm passando por um dia para esquecer, depois que a companhia anunciou um acordo para aumentar seu capital. O BTG Pactual e o Perfin vão aplicar R$ 10 bilhões, com o objetivo de diminuir a alavancagem da companhia.

O comunicado divulgado mostra que os sócios do BTG farão um aporte de R$ 4,5 bi, enquanto o fundo Perfin entrará com outros R$ 2 bi. A outra parte do montante será viabilizada por family offices e por oferta subsequentes de ações.

O acordo prevê que as ações estarão no nível de R$ 5, o que representa um deságio de quase 30% em relação ao nível da última sexta-feira (19).Atualmente, o valor de mercado da Cosan é de R$ 11 bilhões.

Outras ações

Entre as outras ações que estão em destaque no dia, a Raízen (RAIZ4) aparece no segundo lugar da lista negativa. A companhia perde cerca de 10% de sua cotação, negociando suas ações em R$ 1,15. 

O pódio fica completo com a Azul (AZUL4) que recua quase 6% no dia, para R$ 1,30. 

Na ponta superior, a liderança positiva está nas mãos da Embraer (EMBR3) que sobe 4,3%, para acima dos R$ 80. O movimento acontece depois da companhia anunciar um contrato com a Latam para o fornecimento de até 74 aeronaves