Gestoras voltam a apostar em disparada da Bolsa para 2024; veja as ações indicadas

Apesar das dificuldades, há otimismo entre os especialistas e certos setores estão se destacando nas recomendações de investimento.

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Publicado em 21/06/2024 às 10:54h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 21/06/2024 às 10:54h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.

📊 A decisão do Banco Central de manter a Selic em 10,50% ao ano não surpreendeu o mercado financeiro, mas a unanimidade na votação do Conselho de Política Monetária (Copom) trouxe um otimismo cauteloso entre os agentes econômicos.

Este otimismo refletiu-se no Ibovespa, que iniciou a sessão de quinta-feira (20) em alta. No entanto, ainda há desafios significativos para uma recuperação robusta da Bolsa em 2024.

O InfoMoney consultou duas gestoras de fundos de investimentos para entender melhor o cenário atual.

Apesar das dificuldades, há otimismo entre os especialistas e certos setores estão se destacando nas recomendações de investimento.

Desempenho do Ibovespa

📈 Em 2024, o Ibovespa enfrentou uma queda de 10%, impulsionada pela desconfiança dos investidores em relação à política fiscal do governo e às expectativas crescentes de inflação.

Essas preocupações levaram a uma revisão ascendente das projeções para a Selic. Adicionalmente, a incerteza sobre as taxas de juros americanas adiciona um fator de volatilidade ao cenário.

Paulo Abreu, gestor e sócio da Mantaro Capital, acredita que o pior já passou. Ele observa que, no atual cenário de prêmio de risco no Brasil, a Bolsa se tornou atraente para investimentos.

Abreu espera que o governo adote um discurso mais fiscalmente consciente, o que deve impulsionar as ações nos próximos meses. Ele projeta uma recuperação da Bolsa, com o Ibovespa fechando 2024 em alta.

Na Trígono, Werner Roger, Chief Investment Officer (CIO), mantém um otimismo cauteloso, destacando o bom desempenho das empresas em que investem, especialmente aquelas com receitas em dólar e baixa exposição a endividamento.

Ele observa que os principais setores do Ibovespa – serviços financeiros, mineração e metalurgia, óleo e gás, e energia elétrica – têm baixa correlação com a Selic, permitindo que naveguem bem no cenário atual de juros altos.

Recomendações e Oportunidades

Para investidores que desejam aproveitar as oportunidades atuais, os especialistas destacam o setor financeiro. Paulo Abreu aponta que grandes bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11) e B3 (B3SA3), estão com preços atrativos.

Werner Roger recomenda ações do Banco da Amazônia (BAZA3) e Banco do Brasil (BBAS3), destacando o bom desempenho em termos de dividendos e eficiência.

Além do setor financeiro, Roger enfatiza a importância de investir em empresas que pagam dividendos, destacando que estas oferecem um retorno consistente, mesmo em cenários de volatilidade.

O índice IDIV, que mede o desempenho das ações pagadoras de dividendos, tem um retorno médio de cerca de 9%.

Divergências entre Especialistas

As opiniões divergem quanto ao setor de construção. Paulo Abreu é otimista, particularmente em relação a Cyrela (CYRE3) e Lavvi (LAVV3), enquanto Werner Roger prefere evitar setores sensíveis às variações na Selic.

Abreu também destaca o setor de locação, recomendando Localiza (RENT3) e Mills (MILS3), que operam na locação de equipamentos.

Aposta na Retomada da Bolsa em 2024

💲 A Trígono aposta no agronegócio como um setor promissor para a retomada da Bolsa. A gestora investe em ações da São Martinho (SMTO3), produtora de açúcar e etanol, e da Kepler Weber (KEPL3), especializada em armazenagem agrícola.

Roger explica que a exportação de milho, por exemplo, depende significativamente dos silos para armazenamento, justificando a aposta neste setor.

A manutenção da Selic em 10,50% trouxe um alívio temporário para o mercado financeiro, mas a recuperação plena da Bolsa depende de uma série de fatores, incluindo uma política fiscal mais consciente e a estabilização das expectativas de inflação.

Os investidores devem observar atentamente os setores menos sensíveis às variações de juros e que apresentam oportunidades de crescimento sustentado, como o financeiro e o agronegócio.