Dividendos turbinados para Petrobras (PETR4)? BTG aposta em gatilho eleitoral

Segundo o banco, a estatal deve ter um ambiente político que pode favorecer a reprecificação das ações no ciclo eleitoral em 2026.

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Publicado em 18/09/2025 às 19:18h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 18/09/2025 às 19:18h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
Para o BTG, a Petrobras deve ser vista também como um ativo eleitoral (Imagem: Shutterstock)
Para o BTG, a Petrobras deve ser vista também como um ativo eleitoral (Imagem: Shutterstock)

💰 O BTG Pactual (BPAC11) reforçou nesta quinta-feira (17) uma leitura mais otimista para a Petrobras (PETR4) em relação ao consenso de mercado. 

Segundo o banco, a estatal deve combinar nos próximos anos maior geração de caixa, menores despesas de capital (capex) e operacionais (opex) e um ambiente político que pode favorecer a reprecificação das ações no ciclo eleitoral de 2026.

O atual Plano de Negócios da Petrobras trabalha com o petróleo Brent a US$ 83 por barril, mas a média do acumulado de 2025 tem ficado mais próxima de US$ 70.

Para os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha, esse desalinhamento pode abrir espaço para revisões positivas.

Na prática, cada redução de US$ 1 bilhão em capex/opex pode adicionar ~0,5 ponto percentual no dividend yield de 2026, acelerando a distribuição de proventos além do que hoje é precificado.

O BTG lembra, contudo, que os desembolsos previstos para 2025 — cerca de US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 1,5 bi em etanol e US$ 1 bi em compromissos de leilão do pré-sal — devem reduzir o yield esperado para aproximadamente 8%, uma queda de 1,2 ponto em relação ao cenário atual.

Sensibilidade ao preço do Brent

O relatório destaca ainda que cada variação de US$ 5/barril no Brent implica em um ganho de aproximadamente 1,3 ponto percentual no dividend yield da Petrobras.

Com a Agência Internacional de Energia (AIE) projetando crescimento da demanda de 2,7 milhões de barris/dia em 2025 e 2,1 milhões em 2026, a pressão altista nos preços pode sustentar a estratégia da companhia, em meio a riscos geopolíticos e potenciais interrupções de fornecimento.

➡️ Leia mais: Vale (VALE3) pode pagar dividendos bilionários ainda em 2025, aponta BTG

Petrobras como “play eleitoral”

Para o BTG, a Petrobras deve ser vista também como um ativo eleitoral. Um cenário de maior clareza fiscal e estabilidade macro em 2026 pode reduzir o custo de capital e destravar valorização relevante das ações.

Atualmente, pares regionais negociam a prêmio de 20% em EV/Ebitda. Se a Petrobras convergir para esse patamar, haveria espaço para valorização próxima de 30%.

O banco manteve recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 44 — potencial de alta de 39% frente ao último fechamento. Para os ADRs, o alvo é de US$ 15.

Próximos gatilhos

💲 Os analistas veem o Plano de Negócios 2026–2030 como um marco de curto prazo, mas com validade limitada devido ao ciclo eleitoral.

“O primeiro gatilho segue sendo a confiança dos investidores na sustentabilidade dos dividendos, capazes de compensar o risco político”, resume o BTG.