Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) mantém payout após queda do lucro

Payout de 40% a 45%, no entanto, deve ser confirmado em agosto.

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Publicado em 16/05/2025 às 11:46h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 16/05/2025 às 11:46h Atualizado 2 minutos atrás por Marina Barbosa
Lucro do Banco do Brasil caiu 20,7% no 1T25 (Imagem: Shuttersock)

O Banco do Brasil (BBAS3) decidiu colocar suas projeções em revisão após ver seu lucro encolher 20,7% no primeiro trimestre de 2025. Contudo, reafirmou a intenção de distribuir ao menos 40% do resultado deste ano aos acionistas.

💰 O banco prevê a distribuição de 40% a 45% do lucro líquido de 2025 para os acionistas, sob a forma de dividendos e/ou JCP (Juros sobre o Capital Próprio). E o CFO do banco, Geovanne Tobias, assegurou nesta sexta-feira (16) que este guidance está mantido, pelo menos por enquanto.

"Neste momento, o que a gente está vendo não nos motivaria a ajustar o payout, reduzindo eventualmente para 35%. A gente vai manter essa banda baixa [40%] por enquanto e trabalhar para recuperar crédito e normalizar a geração de resultados do BB, com crescimento", afirmou.

Segundo o CFO, o Banco do Brasil está tomando diversas medidas para minimizar os desafios que afetaram o resultado do primeiro trimestre de 2025. A expectativa é de que essas ações permitam a melhoria dos resultados e também a confirmação deste payout daqui a três meses, na apresentação dos resultados do segundo trimestre.

"Neste primeiro momento, não colocamos em revisão. A gente acredita que, a depender de todas as medidas que está tomando, vai conseguir confirmar a manutenção no segundo trimestre", disse Geovanne Tobias.

Lucro do 1T25

📉 O Banco do Brasil teve um lucro líquido de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025. O resultado encolhe 20,7% em relação ao mesmo período de 2024 e frustrou as expectativas do mercado, que esperava um resultado de R$ 9 bilhões, segundo a Bloomberg.

Ao apresentar os dados nesta sexta-feira (16), a presidente do BB, Tarciana Medeiros, reconheceu que o desempenho ficou abaixo do que acredita ser o potencial do Banco do Brasil. Contudo, tratou o trimestre como um período de transição.

Segundo ela, o resultado foi afetado por três fatores principais:

  • aumento da taxa Selic, que pressionou custos de captação;
  • mudanças regulatórias, já que uma nova resolução do Banco Central exigiu um aumento substancial das provisões para perdas esperadas;
  • inadimplência do agronegócio, que cresceu diante das mudanças climáticas e recuperações judiciais.

"É um momento de transição, em que questões econômicas, regulatórias e de segmentos de negócio impactaram os resultados", afirmou.

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Ela disse ainda que, apesar de esperados, esses eventos vieram em uma magnitude superior às estimativas, forçando o banco a colocar as seguintes linhas do seu guidance em revisão:

  • Margem Financeira Bruta;
  • Custo do Crédito;
  • Lucro Líquido Ajustado.

"Não foi uma decisão fácil, mas a mais prudente e que reforça o nosso compromisso de transparência", afirmou Tarciana.

🏦 A expectativa do banco é ter mais clareza sobre o efeito desses eventos e, assim, atualizar essas projeções nos próximos meses.

Vale lembrar, no entanto, que uma eventual redução do lucro puxaria o valor dos dividendos do Banco do Brasil para baixo, mesmo com a manutenção do atual payout.

Dividendos do 1T25

Diante desse resultado, o Banco do Brasil anunciou na quinta-feira (15) a distribuição de R$ 1,9 bilhão em JCP. É o equivalente a R$ 0,3342 por ação.

O provento será pago em 12 de junho para os acionistas registrados em 2 de junho e está sujeito á retenção de 15% de IR (Imposto de Renda).