CPFL (CPFE3) obtém financiamento de R$ 800 mi e aposta em medidores inteligentes
Até 2029, a empresa planeja substituir os medidores tradicionais por dispositivos inteligentes, os chamados smart meters.
💲 O Grupo CPFL Energia (CPFE3) reportou um lucro líquido de R$ 5,76 bilhões no acumulado do ano, um avanço de 4,1% em relação ao ano anterior.
No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 1,5 bilhão, representando uma alta expressiva de 18,7% na comparação anual.
O desempenho positivo foi impulsionado, em grande parte, pelo crescimento da receita operacional líquida, que somou R$ 42,6 bilhões no ano, um aumento de 7,3%.
No último trimestre, a receita foi de R$ 11,9 bilhões, alta de 13,3% em relação ao mesmo período de 2023.
O Ebitda consolidado da CPFL atingiu R$ 13,1 bilhões em 2024, crescendo 2,4% no acumulado do ano.
No quarto trimestre, o indicador chegou a R$ 3,2 bilhões, alta de 5,3%. O desempenho, no entanto, variou entre os segmentos de atuação da companhia.
Na distribuição de energia, houve uma leve retração. O Ebitda desse segmento caiu 8,7% no trimestre, fechando em R$ 1,8 bilhão.
No ano, a redução foi menor, de 1,3%, totalizando R$ 7,7 bilhões. Segundo Gustavo Estrella, CEO da CPFL, o impacto negativo foi atribuído a efeitos contábeis, incluindo o reconhecimento de R$ 187 milhões relacionados à revisão tarifária de 2023.
Já na geração de energia, os resultados foram mais animadores. O Ebitda desse segmento cresceu 45,4% no último trimestre, alcançando R$ 1,1 bilhão.
No ano, a alta foi de 8%, chegando a R$ 4,02 bilhões. Esse desempenho reflete a recuperação da demanda e a maior eficiência operacional da empresa.
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O consumo de energia nas áreas de concessão da CPFL apresentou crescimento de 4,2% em 2024, totalizando 72,89 gigawatts-hora (GWh). Apenas no quarto trimestre, o volume comercializado foi de 18,5 GWh, um avanço de 1,4%.
O segmento industrial teve um papel relevante nesse crescimento, com aumento de 3% no consumo ao longo do ano. A demanda por energia em baixa tensão, especialmente entre clientes residenciais e comerciais, também teve um desempenho positivo.
Entretanto, a empresa enfrentou desafios operacionais, principalmente devido às restrições impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), conhecidas como curtailment.
Essas limitações resultaram em perdas financeiras significativas, totalizando um impacto negativo de R$ 272 milhões ao longo do ano, sendo R$ 88 milhões apenas no último trimestre de 2024.
Apesar desses desafios, a CPFL registrou ganhos importantes com a reavaliação de ativos e reversões de provisões, que adicionaram R$ 543 milhões e R$ 123 milhões, respectivamente, ao balanço financeiro da companhia.
📈 Em linha com sua estratégia de expansão e modernização da infraestrutura, a CPFL Energia investiu R$ 5,8 bilhões ao longo de 2024, um aumento de 14,2% em relação ao ano anterior.
Para os próximos anos, a companhia prevê investimentos robustos, somando R$ 29,8 bilhões até 2029. Isso significa que, anualmente, cerca de R$ 6 bilhões serão aplicados em melhorias operacionais e novas tecnologias.
Entre os projetos mais relevantes está o B Smart, uma iniciativa voltada para a instalação de medidores inteligentes em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A primeira fase do projeto conta com um orçamento de R$ 1,2 bilhão e prevê a implementação de 1,6 milhão de dispositivos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) aportou R$ 800 milhões para viabilizar essa etapa inicial.
"Nosso objetivo é ampliar essa tecnologia para toda a base de clientes ao longo dos próximos anos. Atualmente, atendemos cerca de 11 milhões de consumidores, e a expectativa é de que, com o tempo, todos tenham acesso à telemedição", afirmou Estrella.
Além do B Smart, a CPFL pretende direcionar 83% dos investimentos para o aprimoramento da qualidade e resiliência da rede de distribuição, garantindo maior confiabilidade no fornecimento de energia e redução de falhas no sistema.
Até 2029, a empresa planeja substituir os medidores tradicionais por dispositivos inteligentes, os chamados smart meters.
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