Copel (CPLE6) conclui desinvestimento que pode turbinar dividendos, confira

Elétrica vendeu fatia de 51% da Compagas para a Compass Gás e Energia, por R$ 906 milhões.

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Publicado em 16/09/2024 às 19:53h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 16/09/2024 às 19:53h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Compagas é a distribuidora de gás natural do Paraná (Shutterstock)

A Copel (CPLE6) concluiu nesta segunda-feira (10) a venda de uma fatia de 51% da Compagas (Companhia Paranaense de Gás) para a Compass Gás e Energia, empresa do grupo Cosan (CSAN3).

💲 O negócio havia sido anunciado em julho, no valor de R$ 906 milhões. Contudo, estava sujeito ao cumprimento de determinadas condições. Por isso, só agora foi finalizado.

Com isso, a Copel recebeu 40% da quantia acordada com a Compass, em valores corrigidos. O restante será pago nos próximos dois anos, sendo 30% até 16 de setembro de 2025 e 30% até 16 de setembro de 2026.

Venda pode destravar dividendos extraordinários

Em comunicado, a Copel afirmou que o desinvestimento faz parte da estratégia de "focar em seu core business e na descarbonização do seu portfólio". Além disso, analistas avaliam que a venda do controle da Compagas tem potencial para turbinar os dividendos da elétrica.

📈 O BTG Pactual, por exemplo, calculou que os dividendos da Copem poderiam saltar de R$ 880 milhões para R$ 1,108 bilhão neste ano, caso 50% do ganho de capital obtido com o negócio fossem distribuídos aos acionistas.

Ainda de acordo com o banco, o DY (Dividend Yield) da Copel subiria de 3% para 3,7% neste cenário. O DY, contudo, poderia chegar a 5,3% se todo o dinheiro levantado na operação fosse convertido em dividendos.

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Já o Itaú BBA avaliou que o negócio mostrava a capacidade da Copel "de entregar seu plano de desinvestimento em termos atrativos, desbloqueando mais valor para os acionistas e potencialmente rendendo dividendos mais altos”.

Ao apresentar os resultados de 2023, o CEO da Copel, Daniel Slaviero, já havia admitido que o desinvestimento em ativos considerados não estratégicos, como era o caso da Compagas, abriria espaço para novos investimentos ou dividendos extraordinários.

Compass fala em ampliar acesso a gás no Paraná

Já a Compass Gás e Energia disse que a decisão de adquirir o controle da Compagas está alinhada ao plano de "focar em ativos irreplicáveis do setor de gás natural".

"A experiência acumulada da Compagas, somada à da Compass, tem o potencial de criar um importante vetor de desenvolvimento de infraestrutura no Paraná, ampliando o acesso aos benefícios do gás canalizado e contribuindo com a segurança energética do estado", comentou.

Em julho, a Compass já havia destacado que a Compagas opera com exclusividade a distribuição gás natural canalizado do Paraná por meio de contrato de concessão com vigência até junho de 2054.

Com cerca de 880 km de gasodutos, a companhia atendendo a mais de 54 mil clientes em 16 munícipios, com volume distribuído de 821 mil m3/dia de gás natural