Natura (NTCO3) tomba 74% em 5 anos e reorganiza a casa; saiba se analistas recomendam
Empresa de cosméticos divulga datas para incorporação e estreia de novo ticker na bolsa brasileira, que já começam a valer a partir de julho.
A partir desta quarta-feira (2), os investidores que quiserem investir nas ações da Natura vão passar a escolher outro ticker. A empresa adotou o NATU3 como novo código de negociações na bolsa, substituindo o anterior NTCO3.
O movimento acontece depois que a empresa alterou sua estrutura de capital ao incorporar a controladora Natura&Co. A última segunda (1º) foi indicada pelo Conselho de Administração como o último dia nos padrões anteriores.
O foco da empresa agora é simplificar os negócios e o ticker escolhido representa um pouco desse pensamento, conforme destacam os executivos. Quando a empresa chegou à bolsa de valores, em 2004, esse foi o código escolhido para representar suas ações.
Para comemorar a mudança e dar detalhes aos investidores, a empresa fez nesta semana um evento chamado Investidor Day. Diversos executivos falaram sobre os planos da companhia para os próximos trimestres, reafirmando o compromisso de geração de caixa.
Pelo menos três bancos de investimentos publicaram relatórios sobre suas visões em relação ao ativo. O Goldman Sachs, por exemplo, destacou que a companhia apresentou um caminho claro para o crescimento na América Latina.
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“A administração afirma ter o maior centro de pesquisa e desenvolvimento para cosméticos no hemisfério sul, com mais de 400 cientistas, 3 perfumistas internos e mais de 300 patentes ativas. A equipe também destacou as recentes reduções no tempo de novos lançamentos, mas não divulgou as métricas relacionadas a isso (por exemplo, o índice de inovação)”, afirmam Irma Sgarz, Felipe Rached e Gabriela Leme, que assinam o relatório do Goldman Sachs.
Não há, porém, um consenso do mercado sobre a recomendação em relação ao ativo. Enquanto a XP Investimentos está comprada em Natura por entender que a ação opera com desconto, o GS prefere se manter neutro destacando que há muitos riscos.
Esse é o caminho seguido também pelo Safra, que têm um preço-alvo de R$ 11 para o final deste ano. Atualmente, cada ação é negociada por R$ 10,80, o que representa um ganho curto em relação a projeção dos analistas.
“Embora observemos progresso na simplificação do portfólio e sinais de uma recuperação na região, mantemos uma postura neutra para Natura (NATU3) devido à visibilidade limitada do desinvestimento da Avon International, bem como do caminho de execução para a recuperação da Avon da América Latina”, analisaram Vitor Pini, Renan Sartorio e Tales Granello, que assinam o relatório do Safra.
No intervalo dos últimos cinco anos, a companhia perdeu praticamente 75% do seu valor de mercado, conforme dados da B3. Em 2001, o ticker chegou a ser negociado acima de R$ 60.
Empresa de cosméticos divulga datas para incorporação e estreia de novo ticker na bolsa brasileira, que já começam a valer a partir de julho.
O Ebitda recorrente consolidado da empresa alcançou R$ 789,5 milhões.