China acordou e pode estar faminta pelo minério da Vale (VALE3)

Principal destino das exportações brasileiras lança maior pacote de estímulos à economia desde a pandemia

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Publicado em 24/09/2024 às 13:25h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 24/09/2024 às 13:25h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões
Ações da Vale lideram ganhos no Ibovespa após aceno chinês (Imagem: Shutterstock)

🤑 As ações da Vale (VALE3) disparavam mais de 5% nesta terça-feira, entre os maiores ganhos do Ibovespa, após o mercado se empolgar com a retomada do gigante chinês, que lançou seu maior pacote de estímulos à economia desde a pandemia de Covid-19.

Embora, no acumulado do ano, os papéis da mineradora brasileira acumulem perdas acima de 20%, os analistas da Ativa Investimentos estão um pouco mais confiantes de que o pior momento da Vale já pode ter ficado para trás.

"Para a bolsa de valores brasileira, o pacote econômico chinês pode ajudar ações relevantes, como VALE3 e demais exportadoras. Ainda que seja cedo para cravarmos o impacto dos anúncios de hoje, a sensação de que o pior pode ter ficado para trás para a China pode catalisar um importante fluxo para os papéis mais relacionados à nação asiática", escreve a corretora, em nota obtida pelo Investidor10.

Mesmo com o início de um novo gatilho de valorização, os analistas continuam reticentes com a tese de investimento da Vale, reiterando recomendação neutra. Já o preço-alvo está estipulado em R$ 75.

Dessa maneira, o investidor pode ter a chance de embolsar um ganho de capital de aproximadamente 23%, considerando que as ações da Vale são atualmente negociadas por volta de R$ 60,73.  

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China pode comprar mais minério da Vale?

As apostas de que a China pode esquentar a demanda por minério de ferro da Vale voltaram a ganhar após Pequim anunciar um pacote de estímulos para combater o ciclo de inflação negativa e ajudar o país a alcançar os seus objetivos de crescimento.    

Dentre as medidas adotadas pelo governo chinês, quatro são de destaque para os investidores brasileiros:

  1. O corte de 0,5 ponto percentual nas reservas bancárias que os bancos chineses precisam deixar em seu banco central. A medida por si só destravará cerca de US$ 140 bilhões em novos empréstimos e foi deixada aberta a possibilidade de um novo corte entre 0,25 ponto percentual e 0,5 ponto percentual ocorrer ainda neste ano;
  2. A diminuição, em média, de 0,5% nas taxas de juros das hipotecas existentes;
  3. A queda de 0,2 ponto percentual na taxa de recompra reversa de sete dias;
  4. A redução de 25% para 15% na entrada de uma segunda casa.

🗓️ Então, a China poderá promover novos anúncios ao longo dos próximos meses, já que as ações de hoje foram também possibilitadas pela redução de juros nos Estados Unidos na última semana e a continuidade do ciclo pode contribuir para que mais movimentos como este possam ser executados pelo Banco do Povo da China.

"Acompanhamos a opinião do mercado de que os estímulos hoje anunciados, por si só, não resolverão totalmente os gargalos existentes na economia chinesa. Todavia, mostram que o governo está engajado em sua meta de crescimento, que a situação atual incomoda e que Pequim fará o suficiente, para, ao menos, não permitir que a situação econômica do país piore", conclui a corretora.