Carrefour (CRFB3): Vendas sobem 2,5% no 1º tri, para R$ 27,8 bi
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📃 Em resposta à polêmica gerada pela decisão de deixar de comercializar carne do Mercosul nas lojas francesas, Alexandre Bompard, CEO do Carrefour (CRFB3), enviou uma carta de desculpas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O conteúdo da carta foi integralmente publicado pelo "NeoFeed".
Em seu pronunciamento, Bompard atribuiu a decisão de suspender as compras de carnes do Mercosul ao descontentamento dos agricultores franceses, que têm expressado sua insatisfação com a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
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🗣️ O executivo também expressou sua preocupação com o acordo, argumentando que este poderia levar à proliferação no mercado francês de produtos cárneos que não atendem aos rigorosos padrões de qualidade exigidos pela empresa, colocando em xeque a reputação das proteínas provenientes do Mercosul.
Na carta, ele explicou que a medida adotada pelo Carrefour França não tinha como objetivo modificar o complexo sistema de abastecimento local, que atende às demandas específicas dos consumidores franceses. No final do documento, o executivo reiterou ainda o compromisso da empresa com a agricultura e os produtores brasileiros.
“Ao Excelentíssimo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Senhor Carlos Fávaro,
A declaração de apoio do Carrefour França aos produtores agrícolas franceses causou discordâncias no Brasil. Como diretor-presidente do Grupo Carrefour e amigo de longa data do país, venho, respeitosamente, esclarecê-la.
O Carrefour é um grupo descentralizado e enraizado em cada país onde está presente, francês na França e brasileiro no Brasil. Na França, o Carrefour é o 1º parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo.
A decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes. Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que atravessam uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais.
💬 Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos.
O Grupo Carrefour Brasil é profundamente brasileiro, com mais de 130 mil colaboradores, se desenvolveu e continua se desenvolvendo sob minha presidência em parceria com produtores e fornecedores do Brasil, valorizando o trabalho do setor produtivo e sempre em benefício de nossos clientes.
Nos últimos anos, o Grupo Carrefour Brasil acelerou seu desenvolvimento, dobrando tanto o volume de seus investimentos no país quanto suas compras da agricultura brasileira. Mais amplamente, o Brasil é o país em que o Carrefour mais investiu sob minha presidência, o que confirma nossa ambição e nosso comprometimento com o país. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil.
Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito as normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas.
O Carrefour está empenhado em trabalhar, na França e no Brasil, em prol de uma agricultura próspera, seguindo nosso propósito pela transição alimentar para todos. Asseguro, senhor ministro, nosso compromisso de longo prazo ao lado da agricultura e dos produtores brasileiros.
Aproveito a oportunidade para renovar os protestos de estima e consideração.
Atenciosamente, Alexandre Bompard, Diretor-presidente do Grupo Carrefour.”
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