Brava (BRAV3) recebe pedido para excluir poison pill e mudar estatuto

A poison pill é uma cláusula que obriga qualquer investidor que atinja um determinado percentual de ações a realizar uma OPA.

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Publicado em 27/05/2025 às 20:29h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 27/05/2025 às 20:29h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
O pedido, segundo a empresa, não tem prazo definido para deliberação (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Brava Energia (BRAV3) informou nesta terça-feira (27), que recebeu uma carta formal do fundo Yellowstone, seu acionista minoritário, solicitando a exclusão dos dispositivos conhecidos como “poison pill” de seu estatuto social.

O Yellowstone Fundo de Investimento Financeiro em Ações, que detém 5,3% do capital social da Brava, pleiteia a retirada dos artigos que obrigam a realização de oferta pública de aquisição (OPA) em caso de compra de participação relevante por terceiros.

O pedido, segundo a empresa, será analisado por sua administração e não há prazo definido para deliberação.

O que é poison pill e por que pode ser retirada?

A poison pill — ou “pílula de veneno”, em tradução livre — é uma cláusula estatutária que obriga qualquer investidor que atinja um determinado percentual de ações da empresa a realizar uma OPA, oferecendo as mesmas condições a todos os demais acionistas.

Trata-se de um mecanismo comum em companhias de capital aberto, utilizado para evitar aquisições hostis ou mudanças bruscas no controle acionário sem consulta aos minoritários.

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Na prática, a cláusula eleva o custo de uma tentativa de aquisição, desestimulando movimentos oportunistas.

No entanto, para alguns investidores, como o Yellowstone, pode representar um obstáculo desnecessário à valorização da empresa, afastando potenciais compradores estratégicos.

Pressão por mais flexibilidade e governança

O pedido de exclusão da poison pill ocorre num contexto em que diversos fundos têm pressionado empresas listadas a reverem cláusulas que limitam operações societárias ou restringem liquidez no mercado secundário.

A flexibilização da regra pode, segundo analistas, aumentar o apetite de investidores institucionais e facilitar a entrada de novos sócios estratégicos.

Por outro lado, a exclusão da poison pill fragiliza proteções aos minoritários, principalmente em companhias com baixa dispersão acionária.

O que pode acontecer agora?

📊 A Brava Energia ainda não se posicionou oficialmente sobre a proposta. A empresa destacou, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que a solicitação será avaliada pela administração.

Caso a administração decida levar a proposta adiante, a mudança precisará ser deliberada em assembleia geral de acionistas, exigindo aprovação qualificada.

O tema pode ganhar tração entre outros investidores da Brava, dependendo de como for conduzido o processo de análise e eventual votação.