Ibovespa fecha com alta de 0,40% puxado por BB (BBAS3) e Vale (VALE3)
A melhora no apetite por risco global também foi influenciada pela expectativa de corte nos juros nos Estados Unidos.
🚨 A divulgação do lucro mensal de maio pelo Banco do Brasil (BBAS3) acendeu um sinal de alerta no mercado.
Após os números divulgados pelo Banco Central indicarem uma forte desaceleração nos ganhos da estatal, o banco norte-americano JPMorgan revisou suas estimativas para os próximos trimestres, com cortes relevantes nas projeções de lucro e no preço-alvo das ações.
Mesmo mantendo a recomendação neutra para os papéis do Banco do Brasil, os analistas reduziram o preço-alvo de R$ 26 para R$ 25, refletindo o novo cenário operacional mais desafiador à frente.
De acordo com o relatório publicado nesta semana, o JPMorgan passou a projetar um lucro recorrente de R$ 22,5 bilhões para o BB em 2025, o que representa uma queda de 41% em relação ao ano anterior.
Além disso, a projeção de ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) caiu para 12,4%, reforçando a visão de que o banco pode enfrentar margens mais pressionadas no próximo ciclo.
"Atualmente, nossas estimativas estão 16% abaixo do consenso Bloomberg para 2025", apontou o JPMorgan.
Para 2026, os analistas também reviram os números: o lucro estimado caiu 6%, para R$ 28,5 bilhões, com ROE projetado de 14,8%. Ainda assim, a estimativa para o próximo ano representa uma alta de 27% frente ao que é esperado para 2025.
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A revisão foi motivada, principalmente, pelos dados operacionais do mês de maio divulgados pelo Banco Central.
O lucro líquido do Banco do Brasil foi de apenas R$ 516 milhões no mês, marcando uma queda expressiva frente ao desempenho de abril, quando o lucro foi de R$ 1,7 bilhão.
Segundo o JPMorgan, esse número sugere uma projeção de R$ 3,4 bilhões de lucro no segundo trimestre de 2025, caso o desempenho mensal se mantivesse estável — valor 31% abaixo da expectativa anterior do banco, que era de R$ 4,86 bilhões.
Outro ponto que chamou atenção foi a estabilidade da carteira de crédito e a deterioração na inadimplência no setor agrícola, o que já vinha sendo parcialmente precificado pelos analistas desde abril.
Em seu novo cenário base, o JPMorgan projeta um payout de 25% para o segundo trimestre, ou seja, o percentual do lucro que será distribuído em dividendos.
Caso o desempenho trimestral se confirme abaixo das expectativas, o volume de proventos pagos aos acionistas pode ficar aquém do desejado.
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O Banco do Brasil divulgará seu balanço do 2T25 no dia 14 de agosto, após o fechamento do mercado.
O resultado será acompanhado de perto por analistas e investidores, que buscarão sinais de estabilização na margem financeira, evolução da inadimplência no agro e possíveis atualizações no guidance para o ano.
📊 Enquanto isso, BB segue no radar do mercado com pressão vinda tanto dos dados operacionais quanto das projeções ajustadas por grandes casas de análise.
A melhora no apetite por risco global também foi influenciada pela expectativa de corte nos juros nos Estados Unidos.
Por volta das 14h50, os papéis subiam 2,45%, cotados a R$ 18,80, após alcançarem alta de 3% no início do pregão.