Banco do Brasil (BBAS3): Dividendos magros derrubam atratividade, diz Safra

Em 2025, os papéis acumulam uma queda de 17%, reflexo de resultados mais fracos e redução no pagamento de dividendos.

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Publicado em 21/08/2025 às 18:47h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 21/08/2025 às 18:47h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
Além disso, a instituição reduziu o payout de dividendos de 40% para 30% (Imagem: Shutterstock)

💰 O Banco do Brasil (BBAS3), tradicionalmente uma das ações favoritas dos investidores pessoa física, vive um momento de correção no mercado.

Em 2025, os papéis acumulam uma queda de 17%, reflexo de resultados mais fracos, redução no pagamento de dividendos e preocupações com o ambiente de crédito.

O Safra, em relatório recente, reavaliou o desempenho da instituição e reduziu o preço-alvo de R$ 26 para R$ 23, o que representa um potencial de valorização de apenas 16%. A recomendação foi mantida em neutra.

Resultados pressionados e retorno abaixo do esperado

Segundo os analistas do banco, o BB registrou ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 8,4%, abaixo do esperado pelo mercado.

Além disso, a instituição reduziu o payout de dividendos de 40% para 30%, o que limita a atratividade do papel para investidores que priorizam a renda passiva.

Na projeção do Safra, o lucro líquido ajustado deve chegar a R$ 21 bilhões em 2025, valor que se encontra no piso do guidance divulgado pela própria instituição.

Para os analistas, o resultado reflete um cenário de riscos assimétricos, especialmente em relação à carteira de crédito ligada ao agronegócio e às incertezas macroeconômicas.

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Dividendos menos atrativos para o acionista

O estudo aponta ainda que, ao comparar diferentes bases de cálculo, os dividendos podem ser ainda menores do que parecem à primeira vista.

  • O lucro distribuível é cerca de 5% inferior ao lucro contábil;
  • O lucro contábil já é R$ 2 a 3 bilhões menor que o lucro ajustado, devido a despesas com provisões ligadas a processos de planos econômicos;
  • Isso faz com que o P/L projetado para 2025 seja, na prática, de 6x, em vez das 5x inicialmente calculadas;
  • O dividend yield, portanto, cairia de 6% para 5%.

Outro ponto levantado é que, como o banco já distribuiu 35% do lucro no primeiro semestre, o novo payout de 30% significa que o percentual no segundo semestre será de apenas 25%, reduzindo ainda mais o retorno esperado ao investidor.

Pagamento de dividendos em dezembro

O Banco do Brasil também informou que não fará antecipação no pagamento de dividendos, prática que vinha adotando nos últimos anos.

Segundo a instituição, a decisão busca alinhar-se ao payout aprovado de 30%.

Assim, os dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2025 serão pagos apenas em 11 de dezembro de 2025, o que frustrou parte do mercado que esperava uma distribuição mais imediata.

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O que esperar do BBAS3

Apesar de o BBAS3 negociar a múltiplos considerados baixos, o Safra alerta que a aparente “pechincha” esconde riscos importantes.

Para o banco, o valuation só seria atrativo em um cenário de maior estabilidade macroeconômica e melhora no crédito agrícola, fatores que ainda não se confirmaram.

📈 Enquanto isso, investidores devem conviver com dividendos mais magros e um cenário de menor previsibilidade no retorno das ações.