Americanas (AMER3): Itaú e Santander ajudaram a esconder fraude, diz site

Os valores dos empréstimos eram manipulados para dissimular a real condição financeira da empresa.

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Publicado em 01/08/2024 às 10:39h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 01/08/2024 às 10:39h Atualizado 3 meses atrás por Elanny Vlaxio
Ex-executivos venderam R$ 287 mi em ações da companhia (Shutterstock)

Documentos exclusivos obtidos pelo "UOL" revelam que a fraude contábil de R$ 40 bilhões nas Americanas (AMER3) era conhecida dos bancos Itaú (ITUB3), Santander (SANB11) e ABC Brasil antes de ser divulgada ao público em 2023. Relatórios e e-mails trocados entre as instituições financeiras, a auditoria KPMG e a varejista mencionavam o esquema fraudulento. 

🚨 Conforme revelado pelo veículo, mensagens trocadas a partir de 2017 entre as instituições bancárias e as auditorias demonstram que informações cruciais sobre a real situação financeira da empresa eram deliberadamente omitidas, configurando um esquema fraudulento. 

Os documentos revelam que os valores dos empréstimos eram manipulados para dissimular a real condição financeira da empresa. Entre os materiais, encontram-se mensagens, relatórios, comunicados e contratos que descrevem em detalhes um tipo específico de operação de crédito: o risco sacado. 

Ex-executivos venderam R$ 287 mi em ações antes do anúncio do rombo

🚓 Segundo a PF (Polícia Federal), o ex-presidente da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, a ex-diretora Anna Saicali e outros executivos da empresa venderam um total de R$ 287 milhões em ações da companhia. 

As vendas ocorreram no período anterior à divulgação do rombo de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa, em janeiro de 2023. As "inconsistências contábeis", como foram eufemisticamente chamadas, revelaram-se uma fraude de grande escala.

💸 A investigação, que faz parte da Operação Disclosure, levanta suspeitas de que os executivos em questão agiram com informação privilegiada. Ou seja, teriam conhecimento da situação financeira real da Americanas antes do público em geral e se aproveitado disso para vender suas ações e evitar perdas.

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Em nota oficial, a defesa do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, rechaça veementemente as acusações de fraude e informa que ele está colaborando ativamente com as investigações. A nota destaca que Gutierrez "jamais participou de qualquer irregularidade" e que "tem plena convicção de sua inocência". 

 Já a Americanas, se posiciona como vítima de uma fraude contábil orquestrada por sua antiga diretoria. A empresa afirma que os ex-dirigentes "manipularam dolosamente os controles internos existentes" para mascarar as irregularidades e maquiar os resultados da companhia.