Ações nos EUA que estão baratas após tarifas de Trump (e uma é brasileira)

Analistas de Wall Street estimam potencial de valorização de quase +40% nos próximos 12 meses em meio tarifaço que abriu pechinchas na bolsa

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Publicado em 23/04/2025 às 17:43h - Atualizado 7 minutos atrás Publicado em 23/04/2025 às 17:43h Atualizado 7 minutos atrás por Lucas Simões
Apesar de ser uma empresa brasileira, o Nunbank (NU) tem ações listadas na bolsa de tecnologia Nasdaq nos EUA (Imagem: Divulgação)

📊 O mercado de ações nos Estados Unidos passou por verdadeiros altos e baixos em 2025, desde que o presidente americano Donald Trump assumiu o seu segundo mandato no último dia 20 de janeiro e desencadeou a volta da guerra comercial, em especial com os chineses. Se por um lado as perdas nos mercados passam dos trilhões de dólares no período, estão na mesa oportunidades em algumas companhias que ficaram bastante baratas e podem ser carregadas para o longo prazo.

Entre os nomes que mais animam os analistas em Wall Street, e podem figurar com um bom ponto de partida para os investidores brasileiros que desejam diversificar parte do seu patrimônio em dólar, existem três companhias que estão no radar após o tarifaço de Trump, inclusive uma delas é, na verdade, brasileira.

1. Nubank (NU)

Começando pela conterrânea, o Nubank (ROXO34) até tem ações diretamente negociadas no Brasil, mas sua listagem mesmo é na bolsa de tecnologia Nasdaq nos EUA, sob o ticker NU.

🎯 Segundo o consenso de dez analistas em Wall Street, as ações listadas no exterior têm preço justo de US$ 15,36 cada, ante os atuais US$ 11,50 nesta quarta-feira (23). Ou seja, existe potencial de valorização de +33% nos próximos 12 meses, com recomendação de compra moderada.

Atualmente, cerca de 15% das receitas da fintech brasileira são provenientes de outros países, em especial México e Colômbia. Mesmo sob o tarifaço de Trump, os papéis NU acumulam alta de quase +11% só em 2025.

Vale lembrar que entre os dias 20 de janeiro e 10 de março, o mercado acionário dos EUA chegou a evaporar US$ 4,33 trilhões, o equivalente a 6,2 vezes a capitalização total de todas as empresas brasileiras listadas na B3, estimada em US$ 699 bilhões, segundo estudo de Einar Rivero, sócio da consultoria Elos Ayta.

Só o grupo das Sete Magníficas, as maiores empresas do mundo e todas listadas nos EUA, chegou a derreter US$ 759 bilhões no período. Mas é justamente desse seleto grupo que vêm as outras duas recomendações de ações que ficaram baratas após as tarifas de Trump, na visão dos especialistas gringos.

➡️ Leia mais: Carteira Antifrágil: a estratégia que cresce em meio ao caos ganha força entre investidores brasileiros

2. Amazon (AMZN)

Aqui no Brasil, apenas associamos a Amazon (AMZN) a sua atuação no comércio eletrônico, uma plataforma só para comprar produtos na internet a preços mais competitivos. Só que em Wall Street, os analistas não ignoram o potencial que as receitas do serviço em nuvem AWS podem destravar ao valor total das ações da companhia, que também têm papéis diretamente negociados na B3, sob o ticker AMZO34.

Para o consenso de 47 analistas gringos, entre os quais Citigroup e JPMorgan, as ações da Amazon na bolsa americana têm preço justo de US$ 248,96 bem acima dos atuais US$ 180,96 por ação nesta quarta-feira (23). Daí vem o potencial de ganhos de quase +40% nos próximos 12 meses.

📦 Mais de 70% dos produtos negociados na plataforma de varejo da companhia são de fornecedores chineses, portanto, não é de se surpreender que AMZN tenha tombado mais de −17% em 2025. Só que o mercado já recomeça a olhar com bons olhos a empresa, já que até mesmo Trump reconheceu que a taxação dos produtos importados da China deve ficar bem abaixo dos 145% anunciados anteriormente.

Outro fator que anima os grandes gestores na tese da Amazon é o potencial de valor a ser destravado pelo seu serviço de armazenamento em nuvem AWS, que representa no momento apenas 17% das receitas da companhia, mas que já responde por mais de 50% do lucro líquido apurado em 2024, elevando a margem líquida para quase 10%, se tornando bem mais relevante que as operações de varejo.

3. Netflix (NFLX)

Entre as Sete Magníficas, as ações da Netflix (NFLX) são as únicas que se mantiveram no positivo ao longo do ano, apreciando mais de +17% e também se provando bastante resistentes aos desdobramentos da guerra comercial. Por aqui no Brasil, suas ações são negociadas sob o BDR NFLX34.

📺 Além disso, a gigante do streaming também superou as estimativas de lucro de analistas para os resultados do primeiro trimestre do ano (1T25), quando reportou saldo de US$ 2,89 bilhões ante a projeção de US$ 2,33 bilhões compilada pela consultoria LSEG.

O próprio CEO da empresa, Grerf Peters, explicou durante a teleconferência de resultados que, até o momento, "não há nada realmente significativo a ser observado", citando eventuais impactos das políticas protecionistas da administração Trump em seu modelo de negócios.

Por sua vez, o consenso de 37 analistas de Wall Street calcula que o preço justo de NFLX seja de US$ 1.070 por ação, apenas 3% acima dos atuais US$ 1.045 por ação, sendo mais uma posição para carregar para o longo prazo, além de ter se provado mais imune às crises geopolíticas.