XP projeta inflação brasileira acima de 6% em 2025; veja o motivo

O principal motor dessa alta seria o câmbio depreciado, que impacta desde bens industrializados até alimentos.

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Publicado em 08/01/2025 às 19:20h - Atualizado 56 minutos atrás Publicado em 08/01/2025 às 19:20h Atualizado 56 minutos atrás por Matheus Rodrigues
A XP ajustou a previsão para a taxa de câmbio de R$ 5,85 para R$ 6,20 por dólar (Imagem: Shutterstock)

🚨 A projeção de inflação no Brasil para 2025 ganhou um tom mais preocupante com a revisão da XP Investimentos, que elevou a estimativa de 5,2% para 6,1%.

O principal motor dessa alta seria o câmbio depreciado, que impacta desde bens industrializados até alimentos, agravando os custos para consumidores e produtores.

A combinação de uma economia aquecida e um mercado de trabalho pressionado reforça o cenário desafiador.

Câmbio e inflação: o cerne da pressão

A XP ajustou a previsão para a taxa de câmbio de R$ 5,85 para R$ 6,20 por dólar, intensificando os efeitos sobre os preços de produtos importados e insumos industriais.

Como reflexo, espera-se que a inflação de bens industrializados atinja 4,0% e a de alimentos no domicílio avance impressionantes 10,2% em 2025.

Produtos como trigo, cacau e proteínas, que têm seus preços fortemente atrelados ao mercado internacional, devem ser os principais vilões na cesta de consumo.

O impacto também será sentido no setor de serviços, cuja inflação foi revisada para 6,4%, além de contratos indexados a índices como o IGP-M, que encerrou 2024 com alta de 6,5%.

O aumento nos aluguéis e outros contratos atrelados a esses indicadores deve trazer um peso adicional para famílias e empresas.

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PIB: crescimento desacelera após impulso inicial

A economia brasileira deve mostrar resiliência inicial em 2025, impulsionada por uma safra de soja recorde, que deve crescer 15% neste ano.

No entanto, o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tende a desacelerar ao longo do ano, com previsões de 2,0% para 2025 e 1,0% em 2026.

O avanço inicial será seguido por uma retração dos setores mais cíclicos, reflexo do aumento da inflação e das condições monetárias mais apertadas.

Juros: ciclo de cortes adiado

Com a inflação desancorando as expectativas de curto e médio prazos, a política monetária enfrenta desafios adicionais.

A XP agora projeta que a Selic alcance 15,50% no auge do ciclo de alta, com cortes na taxa de juros apenas a partir de 2026.

A decisão reflete a tentativa de conter a escalada inflacionária e restabelecer o equilíbrio das expectativas do mercado.

Apesar de um cenário econômico que favorece a arrecadação, as contas públicas continuam sob escrutínio.

A dívida pública deve manter sua trajetória de alta, levantando preocupações sobre a sustentabilidade fiscal a médio e longo prazos.

📊 Por outro lado, o governo poderá encontrar menos dificuldades para alcançar a meta de resultado primário, segundo as projeções da XP.