Voepass pede proteção judicial e coloca R$ 35 milhões na conta da Latam

Fim da parceira teria complicado as contas da companhia aérea

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Publicado em 12/02/2025 às 07:00h - Atualizado 27 dias atrás Publicado em 12/02/2025 às 07:00h Atualizado 27 dias atrás por Wesley Santana
(Imagem: Shutterstock)

Em meio ao processo de proteção judicial, a Voepass culpa a Latam por perdas milionárias. Em pedido enviado à Justiça de São Paulo no começo deste mês, a companhia aérea cobra por um suposto prejuízo de R$ 35 milhões.

🤝 O problema teria surgido a partir de uma parceria das duas empresas, em que a Latam usava slots da Voepass para ampliar sua capacidade em aeroportos e em aeronaves. A companhia destaca que 93% do faturamento de agosto do ano passado teria surgido desta parceria.

Tudo mudou depois do acidente com um jato da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior de SP, e matou as 62 pessoas a bordo. Depois da tragédia, a Latam teria cancelado a parceria “sem qualquer explicação ou aviso prévio”, destaca o processo, repercutido pelo jornal Folha de S. Paulo.

Com o pedido da Voepass, a Justiça de SP ordenou uma perícia nas contas e também nos documentos apresentados pela parte. A Laspro Consultores ficou com a responsabilidade de checar a documentação e apresentar um laudo em até cinco dias.

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Na semana passada, a empresa entrou com um pedido de proteção judicial na tentativa de fazer uma reestruturação financeira. Segundo a companhia, a ação se faz necessária por causa de uma crise que engloba todo o setor de aviação.

“É importante ressaltar que a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, já que esses estão sendo realizados através da seguradora”, diz a nota. “A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível", conclui.

Devolução de aeronaves

✈️ Em janeiro, a Voepass teve de devolver duas aeronaves arrendadas pela Dubai Aerospace Enterprise, empresa sediada em Dubai. Com isso, a empresa agora tem uma frota de apenas 11 aviões ATR, pelos quais tenta manter suas rotas em operação.

Além deste problema, a empresa alega que está tendo dificuldade de honrar com acordos trabalhistas. “Ademais, outras consequências graves decorreram da inadimplência da Latam, como perda de ‘slots’ lucrativos, multas, descumprimento de outros contratos, ante a ausência de capital, entre outros”, disseram ao juiz.