Lucro da Vale (VALE3) despenca 9% com US$ 1,6 bilhão no 1T24
O Ebitda da empresa também registrou queda nos primeiros meses do ano.
📊 A Vale (VALE3) firmou um acordo inovador com a Komatsu e a Cummins para desenvolver e testar, nos próximos dois anos, caminhões fora de estrada movidos a uma mistura de etanol e diesel.
Essa iniciativa faz parte das metas da mineradora para reduzir suas emissões de carbono nos próximos anos.
Com esse acordo, a Vale se posiciona como a primeira mineradora do mundo a operar caminhões fora de estrada com etanol no tanque, conforme revelado por executivos das empresas envolvidas.
A intenção é, após a fase de testes, converter gradualmente os veículos que atualmente utilizam apenas diesel.
“A substituição do diesel em nossas operações, tanto em minas quanto em ferrovias, é um grande desafio, e os caminhões fora de estrada são os equipamentos que mais emitem CO2 nas minas”, afirmou Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale, em entrevista à Reuters.
O projeto, denominado Programa Dual Fuel, prevê a criação, teste e implementação de motores híbridos de etanol e diesel, fabricados pela Cummins. Somente após este período experimental, os novos motores serão efetivamente utilizados nas operações de mineração da Vale.
A Vale, que atualmente consome aproximadamente 1 bilhão de litros de diesel por ano - metade em minas e a outra metade em ferrovias - estima que os caminhões híbridos utilizarão até 70% de etanol na mistura.
Isso resultará em uma redução de até 70% nas emissões diretas de CO2 em comparação com os veículos movidos exclusivamente a diesel, explicou Nascimento.
O projeto prevê a instalação de dois tanques nos caminhões, um para etanol e outro para diesel, permitindo que a mistura ocorra durante a operação.
As emissões de diesel nas operações de mina atualmente representam 15% das emissões diretas de CO2 da Vale, que possui cerca de 450 caminhões fora de estrada em operação no Brasil, com capacidades entre 75 e 400 toneladas.
🚗 A escolha pelo etanol é justificada pela ampla adoção do combustível no Brasil, que já possui uma rede estabelecida de fornecimento.
José Baltazar, diretor de Engenharia de Mina e Usina da Vale, destacou que a conversão dos caminhões poderá ocorrer durante as paradas de manutenção, que acontecem cerca de três vezes ao longo de sua vida útil de aproximadamente 20 anos ou 100 mil horas trabalhadas.
Ricardo Alexandre Santos, vice-presidente da Divisão de Equipamentos de Mineração da Komatsu, destacou a sustentabilidade da medida, que permite a adaptação da frota existente sem a necessidade de adquirir novos caminhões.
“Você vai fazer um retrofit no motor, um ajuste... não precisa trocar o caminhão, o que é sustentável em todos os aspectos”, enfatizou Santos.
Embora a Vale não tenha divulgado o investimento específico para este projeto, ele está incluído nos aportes de US$4 a US$6 bilhões de dólares já anunciados pela empresa para reduzir suas emissões diretas e indiretas em 33% até 2030. A mineradora almeja zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050.
O Ebitda da empresa também registrou queda nos primeiros meses do ano.
Resultado será publicado nesta quarta-feira (24), após o fechamento do mercado.