Vale (VALE3) deve crescer em receita e Ebitda, mas lucro recua, segundo XP

Apesar do cenário positivo, o lucro líquido da companhia deve recuar 19% na comparação anual, para cerca de US$ 1,9 bilhão.

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Publicado em 14/10/2025 às 07:56h - Atualizado 14 minutos atrás Publicado em 14/10/2025 às 07:56h Atualizado 14 minutos atrás por Matheus Silva
A receita líquida da companhia é estimada em US$ 10,2 bilhões (Imagem: Shutterstock)
A receita líquida da companhia é estimada em US$ 10,2 bilhões (Imagem: Shutterstock)

💲 A Vale (VALE3) deve apresentar resultados operacionais sólidos no terceiro trimestre de 2025 (3T25), sustentada pela combinação de preços mais altos do minério de ferro e aumento nos volumes de produção e vendas, segundo projeções da XP Investimentos.

Apesar do cenário positivo para receita e Ebitda, o lucro líquido da companhia deve recuar 19% na comparação anual, para cerca de US$ 1,9 bilhão, em função de fatores não operacionais, de acordo com os analistas da corretora, que mantêm recomendação neutra para os papéis da mineradora.

Receita cresce com minério mais caro

A receita líquida da Vale é estimada em US$ 10,2 bilhões, o que representa um crescimento de 7% frente ao 3T24.

O desempenho será puxado principalmente por preços realizados de minério de ferro aproximadamente US$ 7 por tonelada acima do trimestre anterior, impulsionados por cotações de referência mais elevadas do minério com teor de ferro de 62% e por melhores prêmios e descontos aplicados pela companhia.

Em termos operacionais, a produção de minério de ferro deve alcançar 94 milhões de toneladas, avanço de 3 milhões de toneladas na base anual e de 10 milhões de toneladas na comparação trimestral.

A XP destaca que a melhora foi favorecida pela sazonalidade positiva do período e pela retomada de operações em Vargem Grande e Capanema.

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Ebitda avança e margem cresce

O Ebitda total projetado pela XP é de US$ 4,2 bilhões, o que representa uma alta de 11% na comparação anual, com margem de 41,3%, um ponto percentual acima do ano passado.

Na divisão de minério de ferro, o Ebitda deve alcançar US$ 3,9 bilhões, alta de 5% em um ano.

O custo C1, métrica que considera extração e beneficiamento, deve permanecer estável em US$ 21 por tonelada, enquanto as despesas com frete também devem se manter controladas, apesar da alta no índice de referência Tubarão-Qingdao.

Já nos metais não ferrosos (níquel e cobre), o Ebitda projetado é de US$ 600 milhões, com crescimento de 55% na base anual.

O desempenho foi sustentado por melhora nos preços realizados do cobre e pelo aumento no volume de vendas de ambos os metais.

Expectativa para os próximos trimestres

O relatório de produção e vendas da companhia está previsto para 21 de outubro, enquanto o resultado financeiro completo será divulgado no dia 30, após o fechamento do mercado.

O Itaú BBA também prevê um trimestre sólido para a mineradora, com receita líquida estimada em US$ 10,27 bilhões e Ebitda proforma de US$ 4,25 bilhões, o que representa alta anual de 7,5% e 12,6%, respectivamente. Já o lucro líquido, segundo o banco, deve recuar 17,5%, para US$ 1,99 bilhão.

📈 Para o quarto trimestre (4T25), o banco acredita em uma melhora nos resultados da Vale, com volumes de vendas sazonalmente mais altos e potencial alta adicional nos preços do minério de ferro.