Ações da Vale (VALE3) podem render mais dividendos, diz Itaú BBA
O banco destacou que a companhia deve seguir com forte geração de caixa em 2025, criando margem para dividendos adicionais.
A Vale (VALE3) realiza nesta terça-feira (3) o seu encontro anual com o mercado, o Vale Day. E a expectativa é de que a companhia apresente o seu planejamento estratégico para os próximos cinco anos, a Visão Vale 2030.
🎯 O plano foi prometido pelo CEO da Vale, Gustavo Pimenta. Ao apresentar os resultados da Vale no terceiro trimestre, Pimenta disse que a Visão Vale 2030 estava sendo desenhada de acordo com as "principais áreas de foco daqui para a frente" e seria detalhada no Vale Day.
Pimenta, no entanto, já adiantou os três pilares desse planejamento:
⚒️ Diante disso, o Itaú BBA espera que a Vale reafirme o guidance que prevê a produção anual de 340 a 360 milhões de toneladas de minério de ferro no médio prazo. Contudo, dê detalhes de como vai ganhar flexibilidade operacional para fornecer minério de alta qualidade e reduzir custos.
A expectativa do Itaú é de que a Vale trabalhe para reduzir o custo caixa C1 do minério de ferro para menos de US$ 20 por tonelada e o custo de entrega na China para menos de US$ 50 a tonelada.
Além disso, os analistas contam com um aumento da produção do segmento de metais básicos, de forma que a produção de cobre atinja 500 mil toneladas anuais até 2028 e que o segmento passe a representar uma parcela maior do Ebitda consolidado da mineradora.
O Itaú BBA ainda mostrou apreço pelos esforços da Vale de melhorar os relacionamentos institucionais, dizendo que isso facilita as operações e o crescimento da empresa.
Segundo o CEO da Vale, o acordo de reparação de danos referente ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), foi o primeiro passo dessa estratégia. O Itaú BBA lembrou, contudo, que a Vale também deve avançar na discussão sobre as concessões ferroviárias e no decreto que trata da exploração de cavernas, que foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas poderia ampliar a produção em Carajás.
Na véspera do Vale Day, a Vale também anunciou a conclusão da compra de uma participação de 15% na Anglo American Minério de Ferro Brasil, empresa que atualmente detém o complexo Minas-Rio.
A Vale pagou US$ 30 milhões e entregou os ativos de Serra da Serpentina para a Anglo American. Em contrapartida, passará a receber a parcela proporcional da produção do Minas-Rio.
Diante de notícias sobre uma eventual compra da Bamin, no entanto, a Vale disse que "a potencial participação da Companhia em operações de aquisição, desinvestimento ou joint venture, ou outras oportunidades de negócios, é avaliada à luz de suas prioridades estratégicas". Contudo, afirmou que "não há qualquer informação relevante a divulgar ao mercado como resultado dessa prospecção no momento".
📉 A XP e o Banco Safra, no entanto, mostraram preocupação com o mercado de minério de ferro e cortaram a recomendação para as ações da Vale nesta segunda-feira (2).
A XP rebaixou a recomendação para neutro, com um preço-alvo de R$ 66,00 por ação para 2025. Já o Safra agora recomenda a venda dos papeis e tem um preço-alvo de R$ 68 para as ações da Vale.
Em relatório, a XP argumentou que a demanda do setor imobiliário pelo minério de ferro é incerta e prevê uma redução do preço da commodity. Para a XP, o preço da tonelada do minério de ferro deve sair dos atuais R$ 100 para cerca de US$ em 2025 e US$ 85 a partir de 2027.
O banco destacou que a companhia deve seguir com forte geração de caixa em 2025, criando margem para dividendos adicionais.
Mineradora alcança redução do nível de risco de rompimento da barragem Forquilha III, em Minas Gerais.