Vale (VALE3) e BHP encerram processo de recuperação judicial da Samarco
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
A Vale (VALE3) fechou um acordo para comprar a fatia de 45% da Cemig (CMIG4) na Aliança Energia. A mineradora pagará R$ 2,7 bilhões pelo negócio e, com isso, será dona da totalidade da Aliança Energia.
💡 A Aliança Energia é uma geradora privada de energia elétrica, criada pela Vale e pela Cemig em 2015, com 1.438 MW em capacidade instalada e 755 MW médios de garantia física. A companhia detém sete usinas hidrelétricas no estado de Minas Gerais, dois complexos eólicos no estado do Rio Grande do Norte e um complexo eólico em fase final de implantação no estado do Ceará
A Vale detinha 55% da Aliança Energia e resolveu comprar os 45% da Cemig GT (Cemig Geração e Transmissão) por meio do plano de desinvestimento de participações minoritárias da elétrica.
"Na condição de sócia no empreendimento e considerando que a Vale utiliza, atualmente, a maior parte da energia gerada pela Aliança Energia, a Companhia optou por exercer seu direito preferencial de aquisição", disse a Vale.
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De acordo com a Vale, o volume de geração da Aliança Energia é estratégico na manutenção de uma matriz energética baseada em fontes renováveis pela companhia. O negócio ainda pode gerar parcerias futuras, segundo comunicado nesta quarta-feira (27) pela mineradora.
🤝 "A aquisição da participação na Aliança Energia é um passo importante para a criação de uma plataforma de energia, que potencialmente contemplará outros ativos do portfólio da Vale. Após a conclusão da aquisição, a Vale buscará potenciais parceiros para essa plataforma, mantendo seu compromisso com a descarbonização de suas operações a partir de fontes renováveis e com custos competitivos", disse a Vale.
O acordo firmado nesta quarta-feira (27) pela Vale e pela Cemig ainda está sujeito à aprovação da Assembleia Geral de Acionistas da Cemig GT e a aprovações regulatórias, como as do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
De acordo com a Cemig, o contrato com a Vale prevê que a Cemig GT terá direito a 45% dos valores das indenizações futuras que a Aliança Energia porventura receber em relação aos aos prejuízos advindos da ruptura da barragem de rejeitos do Fundão (desastre de Mariana) envolvendo a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga).
O valor atualizado de referência da indenização para fins de contrato é de R$ 223 milhões, segundo a Cemig, e representaria um pagamento adicional aos R$ 2,7 bilhões relativos ao valor da venda da sua participação de 45% na Aliança Energia. Do valor da venda, contudo, serão abatidos os dividendos e JCP (Juros sobre o Capital Próprio) aprovados entre a data base do negócio (30 de junho de 2023) e o fechamento da operação.
A Cemig disse ainda que "essa alienação foi negociada na modalidade de 'Porteira Fechada' exonerando a Cemig GT de qualquer indenização relativa à Aliança, seus ativos e seus passivos".
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
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