Três empresas avaliam deixar a bolsa de valores, diz jornal

Alta da taxa de juros e instabilidade política são alguns dos fatores de pressão

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Publicado em 27/02/2025 às 10:11h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 27/02/2025 às 10:11h Atualizado 2 minutos atrás por Wesley Santana
(Imagem: Shutterstock)

Ao menos três empresas estão avaliando a possibilidade de tirar suas ações da bolsa de valores brasileira. Fontes internas da LWSA, Ouro Fino Saúde e Positivo revelaram a informação à Agência Bloomberg, mas as empresa não quiseram comentar.

💰 Entre os principais motivos para o movimento das companhias estaria o aumento da taxa Selic e a instabilidade política, o que tem feito os investidores preferirem investir na renda fixa. Desta forma, o mercado de ações fica desaquecido e as ações das empresas -especialmente as com menor liquidez- são prejudicadas.

Depois de um longo período de IPOs, desde 2021, a B3 não registra uma única listagem de empresas. Pelo contrário, nos últimos meses, tem sido visto uma profusão de fusões e aquisições, além de outras empresas que já confirmaram que vão deixar o mercado de capitais brasileiro.

Em agosto do ano passado, a Cielo saiu da bolsa depois que os controladores fizeram uma oferta de deslistagem. Depois disso, o Carrefour da França fez uma proposta para retirar o Atacadão da B3, enquanto a Globo avalia o mesmo movimento para agora sua subsidiária Eletromídia.

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“Investidores estratégicos começaram a aparecer, investindo a fechar capital”, diz Christian Keleti, CEO da Alphaville Key, à agência. “Essas coisas vão acontecer cada vez mais com os preços das ações que estão aqui, porque, principalmente para quem tem moeda forte, é muito barato para comprar”, pontuou.

Atualmente, o Brasil tem 429 companhias de capital aberto, com um volume médio diário de negociação de R$ 23,9 bilhões. Desde o ano passado, porém, ocorre um movimento recorde de recompra de ações.

Recompra de ações

Nos últimos meses, muitas empresas da B3 abriram programas de recompra de ações em um movimento que é o maior dos últimos meses. Ao todo, segundo dados do Itaú, há 127 programas abertos, e não há perspectiva de que esse número pare de crescer daqui para a frente.

Um dos casos mais destacados nos últimos dias foi da Tim (TIMS3) que anunciou uma recompra de até R$ 1 bilhão. Anteriormente, a Vale (VALE3) já havia informado a intenção de obter até R$ 7 bilhões das ações que circulam no mercado.

Em relatório recente, o banco também destacou que, entre 2018 e 2024, foram registradas 39 OPAs (ofertas públicas de aquisição de ações). Isso se refere ao momento em que as empresas fazem as deslistagem totais de seus papeis na bolsa de valores.