Tombo do Bitcoin (BTC) gera prejuízo bilionário e derruba ações na B3

Desvalorização do BTC afeta empresas expostas à cripto, incluindo Microstrategy, Tesla e companhias brasileiras listadas.

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Publicado em 27/11/2025 às 11:39h - Atualizado 8 minutos atrás Publicado em 27/11/2025 às 11:39h Atualizado 8 minutos atrás por Wesley Santana
Meliuz é uma empresa que distribui cashback em compras online (Imagem: Shutterstock)
Meliuz é uma empresa que distribui cashback em compras online (Imagem: Shutterstock)

Depois de atingir sua máxima histórica de US$ 123 mil, o Bitcoin (BTC) recuou a um patamar anterior ao começo deste ano. No último sábado (22), chegou a ser negociado abaixo de US$ 85 mil, uma faixa não vista pelo menos desde o começo do ano.

Se as carteiras de quem investe no ativo digital viram uma queda brusca, imagine o caixa das empresas que agora operam com Bitcoin. As chamadas bitcoin treasuries sofrem perdas bilionárias e têm passado os últimos dias fazendo os cálculos do tamanho do prejuízo.

A lista de companhias expostas ao Bitcoin é puxada pela Microstrategy (M2ST34), que tem quase 650 mil unidades da criptomoeda em caixa. Nesta brincadeira, a companhia viu seu valor de mercado recuar em mais de US$ 50 bilhões junto com a performance do token.

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No Brasil, pelo menos duas empresas da bolsa de valores foram no mesmo sentido. A principal delas é a OranjeBTC (OBTC3), que tem a maior reserva da América Latina, com 3,7 mil unidades.

Desde quando a companhia chegou à bolsa de valores, em outubro, já acumula uma desvalorização superior a 50%. A abertura de capital coincide justamente com o período em que a cripto começou a despencar; portanto, o momento é de pura baixa.

Há também o caso da Méliuz (CASH3) que, embora tenha visto uma recuperação desde janeiro, a partir de maio registrou recuos bruscos. Assim, nos últimos seis meses, a desvalorização do ticker já chega a 48%, voltando a um valor de mercado de R$ 447 milhões, segundo dados da B3.

De acordo com o monitor Bitcoin Treasuries, mais de 200 companhias listadas em bolsas de valores pelo mundo se juntaram à tese do Bitcoin. Entre elas estão nomes consolidados do mercado global, como Tesla e Mercado Livre, que carregam mais de 12 mil unidades juntas.

O grande desafio dessas empresas — especialmente as que estão mais expostas — é manter o valor de mercado em um patamar saudável. Por isso, elas seguem o indicador mNAV (Múltiplo de Capitalização de Mercado para Valor Líquido dos Ativos, em português), que estabelece o grau de exposição aos ativos digitais.

Segundo analistas, o ponto de equilíbrio é o número 1, que indica que a companhia pode continuar comprando mais bitcoins. Quando está acima deste ponto, a empresa tem capacidade de continuar adquirindo mais unidades sem se endividar, enquanto, no sentido contrário, é uma indicação de que está na hora de parar.