Duas gigantes da bolsa brasileira vão ganhar novos códigos de negociação (tickers) em breve, entrando em uma nova fase junto ao mercado.
✈️ A Embraer (EMBR3) faz a mudança na próxima segunda-feira (3), no Brasil e também nos Estados Unidos, em um movimento que busca unificar a identidade corporativa nos diferentes mercados em que atua.
Com isso, o ticker EMBR3 será substituído por EMBJ3 na B3. Já o ERJ dará espaço ao EMBJ na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York).
Na semana seguinte, é a vez de a Eletrobras (ELET3) ganhar uma nova identidade. A elétrica vai trocar de ticker e até de nome, para consolidar o processo de transformação iniciado pela sua privatização, em 2022.
💡 Com isso, a empresa passará a se chamar Axia Energia e as suas ações ordinárias passarão a ser negociadas sob o código AXIA3 na B3.
No caso das ações preferenciais classe A e B, os tickers serão atualizados para AXIA5 e AXIA6, respectivamente.
Segundo a Eletrobras, o nome grego Axia significa "valor" e também remete à ideia de "eixo", aquilo que conecta, sustenta e gera movimento.
"A iniciativa reflete a convicção de que o futuro da energia será construído por empresas sólidas, confiáveis e capazes de catalisar negócios que impulsionam o desenvolvimento econômico sustentável", afirmou.
Embraer e Eletrobras não são as únicas empresas brasileiras a adotar novos códigos de negociação recentemente.
🚆 A CCR, por exemplo, passou a se chamar Motiva Infraestrutura de Mobilidade em maio deste ano, para fortalecer a atuação intermodal.
Com isso, as ações da empresa passaram a ser negociadas sob o ticker MOTV3, em substituição ao antigo CCRO3, na B3.
Antes disso, a Isa Cteep atualizou sua marca para reforçar a posição nacional, passando a se chamar Isa Energia Brasil.
Como resultado, as ações da elétrica passaram a ser negociadas sob os códigos ISAE3 e ISAE4 na B3, em substituição aos antigos códigos TRPL3 e TRPL4, respectivamente.
Novos códigos de negociação também surgiram na bolsa recentemente, devido a processos de fusão, incorporação ou ajuste das posições acionárias das empresas.
🥩 A MBRF (MBRF3), por exemplo, estreou na bolsa em setembro, após a fusão entre BRF e Marfrig. No processo, a Marfrig incorporou todas as ações da BRF. Com isso, as ações da BRF deixaram de ser negociadas na bolsa e a Marfrig transformou-se na MBRF.
A Mobly também mudou de nome após a fusão com a Tok&Stok, em junho. A companhia passou a se chamar Grupo Toky e suas ações passaram a ser negociadas sob o código TOKY3, em substituição ao MBLY3.
No ano passado, o mesmo ocorreu com a Azzas (AZZA3), fruto da fusão entre Arezzo e Soma.
💄 Já a Natura retomou o ticker NATU3 em julho, após seis anos sendo negociada sob o código NTCO3.
A mudança ocorreu após a incorporação da Natura&Co pela Natura Cosméticos, um movimento que buscou simplificar a estrutura e reforçar o foco no core business do grupo e que, para os investidores, foi quase que uma volta às origens. Afinal, a Natura já havia usado o ticker NATU3 na sua estreia na B3, em 2004.
De forma similar, a Casas Bahia (BHIA3) decidiu focar na sua marca principal também na B3 em 2023, depois de um período adotando o nome Via e o ticker VIIA3.
🔁 Recentemente, a bolsa brasileira ainda foi palco para IPOs reversos, uma operação em que uma empresa de capital fechado adquire outra já listada e, assim, a substitui na bolsa.
A OranjeBTC (OBTC3), por exemplo, chegou à B3 após comprar os papeis do Cursinho Intergraus. A Reag Investimentos (REAG3) fez o mesmo com a Getninjas.
Ainda vale lembrar os casos da JBS (JBSS32) e da Gol (GOLL54), que adotaram novos tickers em função de mudanças na sua composição acionária.
O frigorífico deu adeus às ações JBSS3 após fazer a dupla listagem nos Estados Unidos, passando a ser negociado via BDRs (Brazilian Depositary Receipts) no Brasil, com o ticker JBSS32.
🪙 Já a aérea adotou o ticker GOLL54, em substituição ao GOLL4, depois do aumento de capital previsto na sua recuperação judicial, em junho.
A capitalização levou à emissão de mais de nove trilhões de ações a preços simbólicos. Com isso, as ações da Gol passaram a valer menos de um centavo e passaram a ser negociadas em lotes de mil ações, sob o novo ticker.
Essas tantas mudanças sugerem, portanto, que, mais do entregar bons resultados, as companhias listadas na bolsa buscam manter marcas fortes, que sejam lembradas pelo mercado, tanto nas campanhas publicitárias, quanto nas telas das corretoras.
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