Tesouro Selic, IPCA+ ou debêntures? Anbima diz qual renda fixa paga mais agora

Risco fiscal impulsiona rentabilidade dos títulos de curto prazo em 2024, que pode se repetir em 2025

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Publicado em 08/01/2025 às 18:07h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 08/01/2025 às 18:07h Atualizado 11 horas atrás por Lucas Simões
Índice que acompanha o Tesouro Selic foi o que teve maior ganho no Tesouro Direto (Imagem: Shutterstock)

📆 2025 tem boas chances de repetir a receita que turbinou os ganhos dos títulos de renda fixa de curto prazo no ano passado, justamente porque continuam as preocupações em relação aos riscos fiscais das contas públicas brasileiras.

Embora existam riscos que justifiquem tais taxas de rentabilidades maiores, na prática, quer dizer que hoje o investidor de renda fixa ainda encontra boas oportunidades para aplicar o seu dinheiro com juros compostos elevados tanto no Tesouro Direto quanto em crédito privado (CRAs, CRIs, debêntures, LCAs, LCIs, CDBs, entre outros).

Conforme indicadores divulgados pela Anbima (Associação das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais) nesta quarta-feira (8), o grande destaque do momento entre os títulos públicos é o Tesouro Selic, cujo índice IMA-S teve o melhor desempenho e se valorizou +11,11% em 2024.

📊 Já para quem prefere garantir o poder de compra do seu patrimônio sempre acima da inflação, o Tesouro IPCA+ pode ter entregue um bom lucro ou ter deixado o investidor na mão a depender do prazo de vencimento envolvido.

Isso porque o IMA-B 5, que acompanha os títulos Tesouro IPCA+ com prazo até cinco anos, acumulou rentabilidade de +6,16% no ano o ETF que replica o o seu desempenho é o It Now IMA-B5 (B5P211). Por outro lado, o IMA-B 5+, que reflete os papéis Tesouro IPCA+ com prazo acima de cinco anos, acumulou desvalorização de −8,63% no ano e de −4,37% em dezembro.

"As incertezas em relação à questão fiscal, além da trajetória da inflação e dos juros para curto e médio prazo, contribuíram para o aumento na aversão a risco durante a maior parte do ano", explicou Marcelo Cidade, economista da Anbima.

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Debêntures pagam quanto a mais na renda fixa?

Geralmente, emprestar o seu dinheiro diretamente para empresas costuma ter uma rentabilidade superior do que a entregue pela renda fixa do governo.

💸 O investimento em debêntures, sobretudo, as que são isentas de cobrança de imposto de renda devem continuar em alta demanda em 2025, devido às taxas ainda elevadas encontradas tanto no mercado primário (novos títulos de dívidas colocados pelas empresas nas corretoras) quanto no mercado secundário (velhos títulos de dívidas passados de segundo mão pelos investidores e também presentes nas corretoras).

As debêntures marcadas a mercado fecharam 2024 com rentabilidade de 8,38%, segundo o IDA Geral (Índice de Debêntures da Anbima). O IDA-DI, que reflete os papéis remunerados pela taxa diária DI, avançou 12,49% no ano, ou seja, superando os ganhos do Tesouro Selic.

O IDA IPCA ex-infraestrutura, que considera as debêntures sem incentivo fiscal, subiu 3,98% em 2024. Já os papéis com isenção fiscal, acompanhados pelo IDA IPCA infraestrutura, avançaram 2,85% no mesmo período.

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Prefixados ainda valem a pena?

Os prefixados são a modalidade de renda fixa mais arriscada do mercado brasileiro, devido ao nosso histórico inflacionário. Contudo, patamares de juros compostos tão elevados quanto os atuais podem destravar oportunidades nos prefixados, a depender do prazo de vencimento envolvido na operação.

📈 Prova disso é que o IRF-M 1, que acompanha o Tesouro Prefixado com vencimento em até um ano, apresentou retorno anual de +9,46%, ou seja, superando o desempenho do Tesouro IPCA+ de médio prazo e ficando logo atrás dos maiores ganhos do Tesouro Selic.

Todavia, os títulos públicos refletidos no IRF-M 1+ (prefixados acima de um ano) acumularam perdas de −1,81% no período e de 2,96% apenas no mês de dezembro.

No geral, o IMA (Índice de Mercado ANBIMA), que reflete todos os títulos públicos que compõem a dívida pública brasileira, fechou o ano passado no positivo (+5,10%).