Tesouro Direto: Como prefixados longos renderam 5% ao mês?
Em 30 dias, Tesouro Prefixado 2031 dispara 5% na marcação a mercado
💰 Enquanto as taxas de rentabilidade da renda fixa brasileira não dão trégua no Tesouro Direto nesta quarta-feira (30), o governo Lula tenta emplacar medidas de corte de gastos, que eventualmente podem acalmar as preocupações do mercado e provocar a queda dos juros compostos ao longo de 2025.
Caso tal cenário se confirme, os atuais patamares de taxas no Tesouro Direto, que estão ao redor de 13% ao ano nos prefixados e de quase 7% ao ano acima da inflação, tenderiam a cair e destravar potenciais ganhos com marcação a mercado devido à valorização dos preços dos títulos públicos.
No entanto, quais são as chances do mercado comprar essa narrativa de controle das contas públicas pelo governo? Para o analista Rafael Passos, da Ajax Asset, a economia do governo Lula com um eventual corte de gastos deve ficar em torno de R$ 30 bilhões, ante o consenso de mercado que espera cortes na ordem de R$ 50 bilhões.
Apesar de a equipe econômica não incluir pautas como desindexação da Previdência, mudança nos pisos constitucionais ou na política de valorização do salário-mínimo, existe um potencial de corte em programas como BPC, abono salarial, seguro-desemprego e Fundeb.
"Isso aliviaria o orçamento para 2025 e 2026, uma vez que as despesas obrigatórias crescem mais que o previsto, reduzindo espaço das discricionárias. Há chance de aprovação no Congresso Nacional de alguma medida ainda esse ano, sinalizando a favor dessa agenda de corte de gastos", afirma Passos.
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Ontem, o leilão de Tesouro Selic rendeu R$ 19,4 bilhões ao governo brasileiro. No último leilão de Tesouro IPCA+ de outubro, com vencimentos mais longos (2029, 2035 e 2060), o custo de emissão para o Tesouro Nacional seguiu em alta, impulsionado em boa parte por fatores externos.
Já os juros compostos da renda fixa em dólar (USTIPS) para esses prazos apresentaram alta para todos os vencimentos nos últimos quinze dias (variação das taxas de retorno ficou entre 10 e 20 pontos conforme o prazo). No mesmo período, o Risco Brasil subiu levemente.
💣 No caso dos títulos indexados à inflação (IPCA+), o governo brasileiro optou por reduzir novamente sua oferta em 500 mil. Assim, a média semanal de emissões de Tesouro IPCA+ ficou em R$ 3,3 bilhões, ante R$ 4,9 bilhões em setembro.
"Essa redução se deveu às elevações dos juros exigidos pelos investidores de renda fixa face às incertezas domésticas com o cenário fiscal e externas, como a alta da rentabilidade dos USTIPS", comenta o analista.
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As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto operavam mistas nesta quarta-feira (30), ao passo que os títulos de renda fixa atrelados à inflação se aproximavam do patamar de juros reais de 7% ao ano, caso do Tesouro IPCA+ 2029.
Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde de hoje:
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