Taesa (TAEE11) prepara terreno para voltar aos leilões; ações chamam a atenção

Para os acionistas, as movimentações da Taesa representam um duplo impacto nos preços das ações e nos dividendos.

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Publicado em 21/05/2024 às 14:55h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 21/05/2024 às 14:55h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues
A Taesa não participou dos leilões de dezembro do ano passado e do primeiro leilão de 2024, realizados em março.

Depois de um hiato de um ano, a Taesa (TAEE11), uma das líderes do setor de transmissão de energia elétrica no Brasil, anunciou seus planos para voltar aos leilões de concessões organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A notícia traz consigo várias implicações, tanto para a estratégia futura da empresa quanto para os interesses dos acionistas, especialmente em termos de preço das ações e distribuição de dividendos.

A Taesa não participou dos leilões de dezembro do ano passado e do primeiro leilão de 2024, realizados em março.

Esta ausência foi notada pelo mercado, mas segundo Rinaldo Pecchio Jr., diretor financeiro e CEO interino, em entrevista ao IM Business, a empresa está otimista e planeja uma participação efetiva nos próximos leilões com projetos que adicionem valor ao seu portfólio e, consequentemente, à sua ação.

Com concessões cuja maioria vencerá em 2030, a Taesa enfrenta o desafio de buscar novas fontes de receita para sustentar seu crescimento.

Para isso, a empresa prevê um desembolso de R$ 3 bilhões no atual ciclo de investimentos, que deve gerar cerca de R$ 430 milhões em receitas adicionais nos próximos dois anos.

Estes investimentos são cruciais não apenas para a manutenção da infraestrutura existente, mas também para a expansão e aprimoramento das operações.

A empresa foca suas ofertas nos leilões em regiões onde já possui ativos ou onde tem parceiros, criando sinergias e reduzindo riscos operacionais.

Isso é estratégico, pois alinha o crescimento da empresa com a eficiência operacional, potencialmente resultando em um Ebitda mais robusto e em uma redução progressiva de sua alavancagem financeira, que no primeiro trimestre de 2024 foi reportada em 3,8x a dívida líquida sobre o Ebitda.

O que esperar para as ações da Taesa (TAEE11)?

💲 Para os acionistas, as movimentações da Taesa representam um duplo impacto nos preços das ações e nos dividendos.

Primeiramente, o retorno da empresa aos leilões pode ser visto como um sinal positivo de gestão ativa e busca por crescimento, o que geralmente é bem recebido pelo mercado.

Adicionalmente, investimentos estratégicos podem, a longo prazo, garantir a sustentabilidade dos lucros e, por consequência, dos dividendos.

A política de dividendos da Taesa também está evoluindo. Em 2024, a empresa adotou o lucro líquido regulatório como base para a distribuição de dividendos, com um payout proposto de pelo menos 75% do resultado.

Com a expectativa de redução da alavancagem em 2025, a empresa pretende elevar essa distribuição para entre 90% e 100% do lucro.

Este ajuste na política de dividendos reflete uma flexibilidade estratégica em resposta ao ciclo de crescimento e às necessidades de capital da empresa.

A retomada da Taesa nos leilões de concessões de energia é um desenvolvimento significativo que ressalta sua estratégia de crescimento e sustentabilidade a longo prazo.

Os investimentos planejados devem não apenas ampliar sua base de ativos, mas também fortalecer seu Ebitda e melhorar sua estrutura de capital.

💰 Para os acionistas, essa estratégia poderá se refletir em um valor de ação mais estável e uma distribuição de dividendos mais atraente, especialmente considerando a perspectiva de maior distribuição com a diminuição da alavancagem financeira.

A trajetória futura da Taesa em leilões de transmissão e o manejo de suas finanças serão, sem dúvida, pontos de observação críticos para investidores e analistas do mercado, reiterando o papel central que a empresa ocupa no setor energético brasileiro.