O racha entre republicanos e democratas pode levar os Estados Unidos a mergulharem em um
shutdown, a paralisação da máquina pública, com um prazo apertado para negociações até a meia-noite nesta terça-feira (30). Enquanto isso, os investidores globais já recorrem aos chamados ativos de valor, em especial, o
ouro e o
Bitcoin (BTC).
Assim como acontece no Brasil, quando o Congresso Nacional precisa aprovar anualmente o orçamento do governo federal, lá nos EUA, os políticos precisam aprovar uma lei para financiar a máquina pública para o ano fiscal seguinte. Portanto, o cenário de shutdown acontece quando deputados e senadores não conseguem concluir o processo antes da data limite.
Caso o shutdown nos EUA, de fato, se configure a partir do dia 1º de outubro de 2025, uma série de repercussões seria sentida, principalmente pela população americana, como atrasos nos salários e demissões de funcionários públicos federais e o desmantelamento do ObamaCare, política pública estabelecida pelo ex-presidente democrata que barateou planos de saúde no país.
A última vez que a máquina pública da maior economia do planeta parou foi justamente durante o primeiro mandato de Trump, inclusive a paralisia mais longa já registrada na história dos EUA, com duração de 35 dias, entre dezembro de 2018 e o início de fevereiro de 2019.
Todavia, é válido destacar que, se o shutdown em 2025 tiver uma duração inferior a duas semanas, o impacto sobre a economia dos EUA ou nas finanças das famílias será mínimo, conforme nota publicada pela agência de classificação de risco Moody's.
Como ficam os investimentos com o shutdown?
Quem aqui no Brasil se lembra quando os servidores do nosso Banco Central entraram em greve em fevereiro de 2024? Pois é, nada de divulgação do relatório Focus e tantos outros dados econômicos essenciais para o bom funcionamento do mercado financeiro.
Afinal de contas, os membros do banco central americano se reunirão nos dias 28 e 29 de outubro para a próxima decisão sobre a taxa básica de juros. Só que a autoridade monetária precisa acompanhar os relatórios do mercado de trabalho nos EUA para ser assertiva, cujo próximo dado está previsto para esta sexta-feira, dia 3 de outubro.
Com isso em mente, dá para entender o porquê o investimento em
ações americanas (stocks) deu uma baita minguada, interrompendo o rali que vinha sendo construído desde os patamares mínimos em abril por conta das tarifas comerciais de Trump.
Se o
BTC se consolidar acima disso, como tem feito ao ser negociado atualmente aos US$ 113,4 mil, a sua próxima zona de resistência encontra-se aos US$ 118 mil.
O rali do ouro com ETFs
Só que a maneira mais prática para os brasileiros de ter ouro na carteira é por meio dos ETFs, fundos de índices listados em bolsa, que irão acompanhar o preço do ouro físico.
O
ETF GOLD11, disponível na própria bolsa de valores brasileira, acumula valorização de +41,40% nos últimos 12 meses, conforme dados do Investidor10. No caso, o
ETF GOLD11 ajuda a diversificar a carteira de investimentos, pois o ouro tem uma correlação baixa com outros ativos financeiros, como
ações e
renda fixa.
Com desempenho semelhante, o
ETF IAU também investe o dinheiro dos cotistas em ouro, só que direto na bolsa de valores americana. Possui um valor de mercado de US$ 55,19 bilhões e suas cotas subiram +45,13% nos últimos 12 meses.
Segundo dados do
Investidor10, se você tivesse investido US$ 1 mil no
ETF GDXJ há um ano, hoje você teria
US$ 2.018,64, já considerando o reinvestimento dos
dividendos em dólar. Por sua vez, o
ETF IAU teria entregue
US$ 1.451,31.
A simulação também aponta que o
ETF VOO, que replica o desempenho do
S&P 500, teria retornado
US$ 1.162,11 nas mesmas condições.