🚨 O
BTG Pactual (BPAC11) projeta que o Banco Central (BC) iniciará um
novo ciclo de cortes da taxa Selic em 2026, reduzindo os juros em até três pontos percentuais ao longo do ano.
A expectativa é que a Selic, atualmente em 15% ao ano, comece a ser flexibilizada a partir de janeiro, alcançando 12% até o final de 2026, trajetória que, segundo o banco, dependerá fortemente da estabilidade cambial e do controle fiscal.
A avaliação foi feita pelo economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida, durante um evento promovido pela instituição nesta quarta-feira (3).
Ele enfatizou que, embora o cenário base do banco seja favorável à queda dos juros, existem dois riscos principais que podem interromper o movimento, como uma forte desvalorização do real ou um impulso fiscal acima do esperado, especialmente em ano eleitoral.
“Se o
câmbio se desvalorizar de forma significativa, indo para R$ 5,80 ou R$ 6, o Banco Central pode ter que parar o ciclo de cortes, mesmo com a inflação em desaceleração”, explicou Mansueto.
A projeção do BTG considera que o dólar deve se manter entre R$ 5,30 e R$ 5,40 em 2026, o que permitiria uma trajetória mais suave e previsível para a taxa de juros. No entanto, o economista lembrou que, historicamente, anos eleitorais trazem maior volatilidade para o mercado de câmbio, o que pode afetar diretamente as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).
Outro ponto de atenção levantado por Mansueto é a política fiscal. Embora o risco de um descontrole nas contas públicas por parte do governo federal seja considerado limitado, especialmente diante da baixa capacidade de articulação no Congresso, o economista alerta para o risco de um impulso fiscal vindo dos governos estaduais.
“Vários Estados estão com caixa gordo. Se resolverem gastar de forma agressiva, isso pode ser inflacionário. E o impacto fiscal não precisa vir só de Brasília”, afirmou.
No cenário traçado pelo BTG, a
inflação deve seguir uma trajetória de desaceleração, o que, somado ao câmbio relativamente estável, justificaria o início da flexibilização da política monetária em 2026.
📈 Ainda assim, a autoridade monetária deve manter postura cautelosa nos primeiros trimestres do ano, especialmente diante da combinação de ano eleitoral, cenário externo incerto e risco de pressões fiscais regionais.