Santander elege "os melhores lucros" da bolsa brasileira; confira

Com cada vez mais investidores interessados na bolsa brasileira, o Santander decidiu investigar quais empresas entregam "os melhores lucros" da B3.

🔎 Em relatório enviado a clientes, o bancão explicou que não basta apenas olhar o tamanho do resultado de cada empresa, mas também a qualidade e sustentabilidade desses lucros ao apostar na bolsa.

Um lucro robusto, por exemplo, pode ser fruto de ajustes contábeis não monetários ou padrões de resultado altamente voláteis. Por isso, é importante observar se esses números são consistentes e se sustentam pela geração de caixa da empresa.

"Lucros de alta qualidade são tipicamente mais impulsionados pelo caixa e menos dependentes de premissas contábeis, tornando-os mais confiáveis ​​e sustentáveis ao longo do tempo", afirmou o Santander.

O banco lembrou ainda os mercados tendem a recompensar empresas com lucros resilientes, inclusive com avaliações melhores que a de seus pares.

📊 Por isso, desenvolveu uma metodologia para buscar os "melhores lucros" da B3. Ou seja, as "empresas cujos lucros reportados não são apenas sólidos no papel, mas também suportados por fluxos de caixa reais".

"Embora a avaliação e o crescimento continuem sendo componentes essenciais da seleção de investimentos, essa análise ajuda os investidores a identificar quais fluxos de lucros têm maior probabilidade de ser sustentáveis, previsíveis e lastreados em caixa", explicou.

A análise não considerou as empresas do setor financeiro, já que há algumas particularidades na forma como essas companhias calculam seus resultados. E baseia-se em três indicadores: a capacidade das empresas não-financeiras de gerar caixa a partir de seus lucros contábeis, os ajustes contábeis dos resultados e a volatilidade da geração de caixa.

Os melhores lucros da B3

De acordo com o Santander, várias empresas se destacaram por causa da sua capacidade de converter lucros contábeis em caixa com o mínimo de defasagem ou distorção.

💰 A campeã da análise, contudo, foi a Tim (TIMS3). Afinal, a operadora apresenta uma receita recorrente, proveniente dos planos de telefonia de pagamento mensal, assim como a Vivo (VIVT3).

O Assaí (ASAI3) completa o pódio, devido ao alto giro de seu estoque, que sustenta o capital de giro e a conversão de caixa.

Motiva (MOTV3), Ecorodovias (ECOR3) e Rumo (RAIL3) também se destacaram, já são concessionárias e, por isso, contam com um fluxo de caixa real e previsível.

Já Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) despontaram no estudo por causa dos fluxos de caixa operacionais, que costumam ser estáveis e superiores aos lucros contábeis.

Além disso, o Santander destacou o desempenho de C&A (CEAB3) e Fleury (FLRY3), que "parecem estar sendo negociadas abaixo do que a qualidade de seus lucros justificaria" na B3.

Veja as 10 empresas que obtiveram os melhores resultados na análise do Santander:

• Tim (TIMS3);
• Assaí (ASAI3);
• Vivo (VIVT3);
• Motiva (MOTV3);
• Klabin (KLBN11);
• Iochpe-Maxion (MYPK3);
• Suzano (SUZB3);
• Ecorodovias (ECOR3);
• Cosan (CSAN3);
• C&A (CEAB3).

E os piores

Por outro lado, construtoras, como Eztec (EZTC3) e Direcional (DIRR3), amargaram algumas das piores avaliações na nova métrica do Santander.

O banco explicou que essas companhias apresentam uma "uma desconexão entre lucros e fluxo de caixa". Afinal, tendem a reconhecer os lucros durante a construção ou execução do projeto, enquanto o dinheiro é recebido apenas na entrega ou no financiamento do cliente.

Ainda assim, o Santander mantém uma visão positiva sobre as construtoras que atuam no MCMV (Minha Casa, Minha Vida), devido ao menor risco de crédito e pelo mercado potencial crescente.

Vivara (VIVA3) e Rede D'Or (RDOR3) também ficaram na parte de baixo da tabela, devido ao comportamento recente dos seus fluxos de caixa. Contudo, o Santander diz que esse deve ser um movimento temporário.

No relatório enviado a clientes, o banco explicou que a análise da qualidade dos lucros é relativa, já que se aplica a empresas com diferentes perfis operacionais.

WEG (WEGE3) e Totvs (TOTS3), por exemplo, apresentaram um bom desempenho em todas as métricas consideradas pelo Santander. Ainda assim, rankearam pior que outras empresas já que seus fluxos de caixa tendem a acompanhar seus resultados contábeis.