Em um país como o Brasil, onde a inflação costuma disparar de uma hora para outra, chegando até a ofuscar os
juros compostos sendo oferecidos aos investidores, não é de se admirar que os títulos prefixados sejam o indexador de
renda fixa mais arriscado que há, pois se o
IPCA explodir (o que não é incomum), consome as taxas travadas.
Só que justamente os prefixados deram um baile durante outubro de 2025, rendendo bem acima de 1% ao mês e até mesmo deixando os pós-fixados, ancorados em uma
taxa Selic em 15% ao ano, a desejar, conforme informe da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgado nesta segunda-feira (17).
No caso, uma carteira de títulos
Tesouro Prefixado, com vencimento superior a um ano, teve valorização de
1,41% ao mês durante outubro, em índice conhecido como IRF-M 1+.
Outra carteira composta apenas por Tesouro Prefixado, dessa vez com vencimento de até um ano, teve lucro na marcação a mercado de 1,29% ao mês no mesmo período, o chamado IRF-M 1.
“O mercado tem precificado o ciclo de queda da Selic, movimento que favorece os prefixados. A expectativa é que essa valorização continue até o início de 2026, quando as discussões sobre os cortes de juros do Banco Central estarão mais intensas”, afirma Marcelo Cidade, economista da Anbima.
Tesouro Selic e IPCA+
Como era de se esperar, uma carteira formada apenas com títulos
Tesouro Selic não faria tão feio assim, embora não tenha sido a campeã, uma vez que teve apreciação de
+1,29% ao mês, aproveitando do maior patamar da
taxa básica de juros desde 2006.
Já os títulos públicos indexados à inflação (Tesouro IPCA+) ficaram na lanterninha durante outubro, ainda que tenham entregue desempenhos ligeiramente acima de 1% ao mês.
O índice IMA-B 5+, inteiramente composto por títulos
Tesouro IPCA+ com vencimento superior a cinco, rendeu
1,06% ao mês. Enquanto isso, o IMA-B 5, que reflete apenas títulos Tesouro IPCA+ com prazos inferiores a cinco anos, se apreciou
1,03% ao mês.
No consolidado, o IMA (Índice de Mercados da Anbima), que acompanha todos os títulos que compõem a dívida pública brasileira, teve rentabilidade de 1,23% em outubro.
ETFs de renda fixa
Ao invés de comprar individualmente cada título de renda no
Tesouro Direto, carregá-lo até o vencimento, pagar imposto de renda no saque e ter o trabalho de reinvestir essa grana constantemente, o investidor tem a opção de aplicar em
ETFs de renda fixa.
- FIXA11: Títulos Tesouro Prefixado com vencimentos entre dois e três anos
- IRFM11: Títulos Tesouro Prefixado com vencimentos superiores a dois anos
- LFTS11: Títulos Tesouro Selic
- IMAB11: Títulos Tesouro IPCA+
- IB5M11: Títulos Tesouro IPCA+ com vencimento acima de cinco anos
- B5P211: Títulos Tesouro IPCA+ com vencimento inferior a cinco anos