Raízen (RAIZ4): BTG Pactual prevê prejuízo bilionário e corta preço-alvo para ação
Apesar do corte na estimativa, a recomendação do banco para os papéis segue como compra, com expectativa de valorização no longo prazo.
A Raízen (RAIZ4) atingiu uma nova mínima histórica na bolsa nesta segunda-feira (4).
📉 O papel da companhia chegou a cair mais de 1,4% no início do pregão, batendo no valor até então inédito de R$ 1,37.
Depois disso, as ações ensaiaram uma recuperação e passaram a operar com certa estabilidade, rondando o R$ 1,40.
No acumulado do ano, as ações da Raízen amargam uma queda superior a 35%.
O baque ocorreu mesmo depois de a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock (BLAK34), elevar a aposta na empresa.
📈 A BlackRock ampliou a sua participação na Raízen para cerca de 5,2% na última sexta-feira (1º).
Isso porque a gestora passou a deter 68,9 milhões de ações preferenciais e mais 2,7 milhões de instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações da companhia brasileira.
Segundo informado nesta segunda-feira (4), o objetivo do das participações societárias é estritamente de investimento. Logo, a BlackRock não pretende alterar o controle acionário ou a estrutura administrativa da sucroalcooleira.
A Raízen vem renovando suas mínimas históricas na bolsa desde o início do ano, devido à cautela do mercado com a situação financeira da empresa.
Joint venture formada por Cosan (CSAN3) e Shell (SHEL), a Raízen é uma das empresas mais endividadas da B3 e a recente alta dos juros pressiona ainda mais essa dívida.
✂️ Por isso, analistas têm revisto as projeções para a empresa. O BTG Pactual, por exemplo, prevê um prejuízo de R$ 4,2 bilhões para a Raízen em 2025. Por isso, cortou o preço-alvo da ação de R$ 3,50 para R$ 3,00 uma semana atrás.
Os analistas explicaram que a Raízen ainda sofre com preços mais baixos de açúcar no curto prazo e com a perda de espaço no mercado de distribuição de combustíveis, justamente o segmento que vinha puxando os resultados da empresa. Contudo, lembraram que a nova gestão da companhia tem tentado reverter esse processo.
💲 A Raízen tem vendido ativos considerados pouco eficientes para reforçar a estrutura de capital, reduzir o endividamento e otimizar o portfólio de ativos, para voltar a focar no "core" do negócio. Isto é, na produção de açúcar, etanol e bioenergia e na distribuição de combustíveis.
Em julho, por exemplo, a companhia vendeu 55 usinas de geração distribuída, por um valor de aproximadamente R$ 600 milhões.
Além disso, a Raízen decidiu descontinuar a Usina Santa Elisa por tempo indeterminado e vendeu até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar da unidade.
Na avaliação do BTG, essa ações podem trazer melhorias para as contas da Raízen a partir de 2027. Por isso, embora tenha cortado o preço-alvo, o banco mantém uma recomendação de compra para as ações da empresa.
Apesar do corte na estimativa, a recomendação do banco para os papéis segue como compra, com expectativa de valorização no longo prazo.
Segundo o banco, a moagem de cana totalizou 24,5 milhões de toneladas, volume 21% menor que no mesmo período da safra anterior.