Prio (PRIO3) vence disputa e compra petróleo da União pela 1ª vez
Ao todo, 15 companhias foram convidadas para participar da disputa.
Na manhã desta segunda-feira (18), a Prio (PRIO3) informou ao mercado que teve um de seus campos interditados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O órgão autuou a plataforma flutuante Peregrino, que é operada pela Equinor, localizada na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
O fato relevante destaca que foram apontados “pontos de melhoria”, com destaque para “documentação de gestão e análise de risco e adequações de sistema de dilúvio”. A companhia diz que deve demorar até seis semanas para cumprir as exigências da ANP.
A plataforma em questão serve para produzir, armazenar e transferir o petróleo extraído do mar. “Estamos contribuindo com todos os recursos possíveis para a resolução da matéria”, afirmou a empresa.
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Depois da divulgação do documento, a reação dos investidores foi quase que imediata, com as ações despencando no pregão. Por volta das 11h, os papeis caiam mais de 6,5%, ensaiando uma chegada aos R$ 36.
Com isso, a empresa pressiona ainda mais o movimento de desvalorização que seus papeis passam há quase um mês. No intervalo dos últimos 30 dias, o recuo das ações é de 16%, segundo dados da B3.
Atualmente, o valor de mercado da Prio é de R$ 32,5 bilhões, um dos mais altos da bolsa de valores. Segundo o monitor Companies Market Cap, a petrolífera é a 35ª empresa mais valiosa do país.
Os analistas do Itaú BBA fizeram um cálculo dos prejuízos da companhia com a interdição e disseram que a perda pode chegar a US$ 262 milhões. Esse valor se refere ao período máximo dado pela companhia para colocar tudo em ordem.
Eles entendem que a pausa vai pressionar a geração de caixa da petroleira, impactando nos números do terceiro trimestre da companhia. No entanto, ponderam que tanto a Prio quanto a Equinor fizeram esforços rápidos para diminuir os impactos da paralisação e retomar a operação da plataforma.
Já a XP acredita em um impacto de US$ 30 milhões, o que representa 0,5% do market cap da companhia, para cada semana de pausa. O campo tem uma reserva superior a 200 milhões de barris de petróleo, com capacidade de produção de 100 mil barris por dia.
“Do ponto de vista prático, a situação não muda em nada nossa visão sobre o ativo. É principalmente uma questão da documentação de segurança da unidade, que será resolvida”, disse Roberto Monteiro, CEO da PRIO, em entrevista ao Brazil Journal.
Ao todo, 15 companhias foram convidadas para participar da disputa.
Já o resultado operacional da petroleira afunda quase −50%, puxado pela menor cotação do petróleo.