Por que mais dinheiro irá para as empresas brasileiras em 2026?

Analistas do BTG Pactual revelam qual é o tamanho do fluxo de investimentos esperado só com fundos.

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Publicado em 24/11/2025 às 15:33h - Atualizado 13 minutos atrás Publicado em 24/11/2025 às 15:33h Atualizado 13 minutos atrás por Lucas Simões
Fluxo positivo de R$ 120 bilhões a caminho das ações brasileiras (Imagem: Shutterstock)
Fluxo positivo de R$ 120 bilhões a caminho das ações brasileiras (Imagem: Shutterstock)
Quem acompanha o noticiário aqui no Investidor10 já sabe que o ciclo de cortes da taxa Selic previsto ao longo de 2026 deve beneficiar bastante a valorização das ações brasileiras, em especial, um seleto grupo de 20 empresas que mais lucrarão com um ambiente de juros menores. Só que o BTG Pactual tem mais motivos para acreditar que mais dinheiro está por vir no próximo ano.
Em relatório, o banco explica que existe um gargalo de dinheiro com destino ao investimento em empresas listadas na bolsa de valores brasileira, o qual tem grandes chances de ser superado no próximo ano.
"Embora os ativos administrados por fundos de investimento mútuos locais tenham aumentado consideravelmente ao longo dos anos, a porcentagem desses ativos alocados em ações brasileiras não acompanhou o mesmo ritmo", comentam os analistas Carlos Sequeira e Antônio Junqueira, que assinam o relatório Estratégia Brasil.
Olhando em retrospecto, quando a taxa Selic bateu sua mínima histórica, no patamar de 2% ao ano em 2020, no auge da pandemia, os ativos sob gestão atingiram R$ 765 bilhões (15,2% do total de ativos sob gestão por fundos mútuos).
Desde então, com o aumento da taxa básica de juros para 15% ao ano, os ativos sob gestão investidos em ações brasileiras caíram para R$ 622 bilhões em setembro de 2025 (ou apenas 8,3% do total de ativos sob gestão).
"Mesmo se assumirmos que os ativos sob gestão permaneçam parcialmente estáveis, se voltarmos a cerca de 10% na participação em ações (como visto no final de 2023), isso poderia significar aproximadamente R$ 120 bilhões em fluxos positivos para os fundos locais", destaca a dupla de especialistas.

Empresas endividadas na B3

Não é segredo que as empresas mais endividadas listadas na B3 têm muito a ganhar em um ambiente de juros menores no Brasil. Setores mais óbvios da economia, como o varejo, são um dos maiores beneficiários, algo que até investidores iniciantes já têm no radar.
Todavia, o BTG Pactual chama a atenção para companhias de capital aberto menos óbvias para o grande público e que, ainda assim, podem ser bastante promissoras a despeito de seus atuais níveis elevados de alavancagem, com maior parte de sua dívida vinculada a taxas flutuantes (Selic), independentemente do setor.
"Há teses espalhadas por diferentes setores que merecem destaque, sobretudo no agronegócio, que concentra casos como SLC Agrícola (SLCE3), Jalles Machado (JALL3) e Camil Alimentos (CAML3). Outros nomes ligados às commodities, como CSN (CSNA3), Ultrapar (UGPA3) e Usiminas (USIM5), também merecem atenção", concluem Sequeira e Junqueira.
Conforme apuração do Investidor10, todas as seis ações brasileiras mencionadas pelos analistas acumulam perdas nos últimos dois anos, mesmo considerando o reinvestimento dos dividendos. Acompanhe: