Com visita de Lula, JBS (JBSS3) anuncia investimento de R$ 150 mi em fábrica
Os recursos permitirão a abertura de um novo turno de trabalho, dobrando a capacidade de abate da planta.
🤑As ações da JBS (JBSS3) saltam mais de 3% nesta terça-feira (13), com investidores fazendo as suas apostas antes que o frigorífico divulgue seus resultados do segundo trimestre do ano, logo após o encerramento do pregão. Na avaliação de especialistas, a empresa até negocia com desconto no curto prazo, mas pode acabar enfrentando uma bomba relógio até o ano de 2027.
Conforme a Genial Investimentos, está muito atrativo investir nos papéis da JBS pensando apenas no curto prazo. Isso porque a diversificação geográfica dos negócios da empresa, bastante presente no Brasil e nos Estados Unidos, deve continuar a consolidar bons resultados operacionais pelos próximos 12 meses.
"Olhando os indicadores fundamentalistas, a JBS negocia com um EV/Ebitda de 5,7 vezes estimado para 2025 (abaixo da média histórica de 6,2 vezes), o que reitera nossa recomendação de compra", explica o analista Igor Guedes, em relatório publicado hoje.
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A corretora chegou até a elevar o preço-alvo da JBS de R$ 35 para R$ 40, o que implica no potencial de valorização de quase 20% nos próximos 12 meses. Atualmente, as ações ordinárias do frigorífico são negociadas ao redor de R$ 34,60.
Embora o ciclo do boi esteja negativo nos EUA e pressione os resultados da empresa, as operações no Brasil mais que compensam esse recuo, animando o mercado nesta temporada de resultados do segundo trimestre.
Guedes comenta que o dólar forte contra o real, somado ao ciclo positivo do gado brasileiro, engorda as margens, especialmente na divisão Friboi, que tem 50% de sua produção voltada para exportação. No entanto, um risco bastante desafiador se coloca até 2027.
🐂Mesmo que seja um bom negócio investir nas ações da JBS agora, a Genial Investimentos não deixa de alertar aos investidores que o frigorífico corre o risco de enfrentar um descasamento entre os ciclos de gado nos EUA e no Brasil no futuro (provavelmente entre 2026 e 2027).
Considerando os dados do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgado ontem, existe a possibilidade de que o ciclo negativo do gado norte-americano possa se estender até o final de 2026, prolongando-se potencialmente até 2027. Dessa maneira, a JBS USA Beef pode ter um desafio mais duradouro que o previsto.
A JBS Brasil, por outro lado, continua a aproveitar o ciclo pecuário positivo no Brasil, mas a previsão de descasamento entre os ciclos de gado nos EUA e no Brasil no futuro (por volta de 2026) pode criar um ambiente desafiador para a companhia no longo prazo.
📉"Se essa previsão se concretizar, ela poderia prejudicar as estratégias de empresas como JBS, em grandes proporções, e Minerva Foods (BEEF3), em menor grau", aponta o relatório da corretora.
Em outras palavras, existe uma forte possibilidade de que as janelas temporais dos ciclos se desencontrem, resultando em ambos os países enfrentando ciclos negativos simultaneamente.
Se isso ocorrer, os preços globais da carne bovina poderão ficar sob pressão devido à redução na oferta de gado, especialmente de fêmeas, o que impacta a reprodução e a oferta futura de bezerros.
Os recursos permitirão a abertura de um novo turno de trabalho, dobrando a capacidade de abate da planta.
A empresa americana reforçou que o investimento não altera a composição ou controle da JBS.