Hapvida (HAPV3) vira ‘queridinha’: veja o que atrai gestores e afasta Rede D’Or
A percepção foi relatada pelo Santander, após uma rodada de reuniões com 17 grandes gestores de fundos.
Os planos de saúde individuais e familiares podem subir até 6,06% neste ano, decidiu a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) nesta segunda-feira (23).
🩺 O reajuste deve atingir 8,6 milhões de usuários de planos de saúde. Contudo, não favorece as ações da Hapvida (HAPV3). O papel chegou a cair mais de 3% na bolsa após a definição do reajuste.
A ANS define o percentual máximo de reajuste dos planos de saúde individuais com base na variação das despesas assistenciais e da inflação oficial brasileira, descontado o subitem Plano de Saúde.
De acordo com a agência, as despesas assistenciais subiram 9,35% em 2024, seja pelo aumento do custo dos procedimentos ou pela frequência de uso dos planos de saúde.
Por isso, o reajuste dos planos de saúde superou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que subiu 4,83% em 2024.
💲 O reajuste de 6,06%, no entanto, é o menor desde 2021. Naquele ano, o reajuste foi negativo em 8,19% devido aos efeitos da pandemia de covid-19. Antes disso, o índice só havia sido inferior a 6,06% em 2008.
"Nosso objetivo é garantir equilíbrio ao sistema: proteger o consumidor de aumentos abusivos e, ao mesmo tempo, assegurar a sustentabilidade do setor", afirmou, afirmou a diretora-presidente interina e diretora interina de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Carla Soares.
Para o head de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes, é isto que pesa sobre as ações da Hapvida, além dos efeitos da alta dos juros.
"A reação do setor pode não ser tão positiva porque esperavam uma magnitude um pouco maior. Mas é uma receita recorrente aumentada acima da inflação", observou.
O Itaú BBA, por sua vez, disse que o reajuste ficou em linha com as expectativas do mercado, "visto que os fatores utilizados pela ANS para calcular o reajuste máximo já eram públicos".
"O reajuste de 2025 marca a continuação da desaceleração observada em relação a 2023 e 2024, à medida que a rentabilidade das operadoras de planos de saúde se recupera — tendência também observada nos reajustes coletivos anunciados anteriormente", comentou.
Em nota, a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) disse que o índice definido pela ANS "reflete, em grande medida, os esforços contínuos de gestão adotadas pelas empresas do setor".
"Nos últimos dois anos, as operadoras intensificaram ações para controle de custos, negociação de preços, revisão de contratos, redução de desperdícios e combate às fraudes. Essas iniciativas foram desenvolvidas para mitigar o desequilíbrio financeiro do setor, com impacto positivo sobre o índice agora definido", afirmou.
O diretor executivo da FenaSaúde, Bruno Sobral, no entanto, defendeu a revisão da metodologia de cálculo dos reajustes, para que o índice "fique descolado das reais necessidades financeiras, especialmente em contratos antigos e carteiras com defasagens acumuladas".
"Persiste a necessidade de se equilibrar os reajustes com uma pressão de custos assistenciais que é crescente e oriunda de um fluxo contínuo de incorporação de tecnologias e terapias caríssimas e da própria judicialização", declarou.
O índice máximo de reajuste de 6,06% vale para o período entre maio de 2025 e abril de 2026.
🗓️ De acordo com a ANS, o aumento pode ser aplicado pelas operadoras no mês de aniversário do contrato, ou seja, no mês da data de contratação do plano de saúde.
"Para os contratos que aniversariam em maio e junho, a cobrança poderá ser iniciada em julho ou, no máximo, em agosto, retroagindo até o mês de aniversário do contrato", explicou.
Vale lembrar que os planos individuais e familiares são a menor parte do mercado.
Segundo a ANS, essa modalidade representa 16,4% dos 52 milhões de planos de saúde do Brasil.
O restante é formado por contratos coletivos, como os planos de saúde empresariais e os coletivos por adesão, que seguem regras próprias de reajuste, muitas vezes definidas em contrato.
A percepção foi relatada pelo Santander, após uma rodada de reuniões com 17 grandes gestores de fundos.
O banco prevê um lucro líquido de R$ 1,407 milhão em 2025.