Petróleo sobe com perspectiva de aperto na oferta

Preços atingiram a máxima do ano após AIE sugerir deficit no último trimestre

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Publicado em 22/09/2023 às 17:40h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/09/2023 às 17:40h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Para especialistas, barril de petróleo pode chegar a US$ 100. Foto: Pixabay

Os preços do petróleo atingiram as máximas do ano nesta quinta-feira (14/09), acima dos US$ 90 o barril. A alta reflete a possibilidade de um descompasso entre a demanda e a oferta no fim do ano, devido aos cortes de produção.

O contrato futuro do petróleo tipo Brent, referência mundial, subiu 1,98%. Com isso, fechou o pregão aos US$ 93,70, valor que não era registrado desde outubro de 2022. Já o contrato do petróleo tipo WTI, que serve de referência para o mercado dos Estados Unidos, avançou 1,86%, para US$ 90,16 o barril. Também é a máxima em 11 meses.

A alta dos preços favorece petroleiras como a Petrobras. As ações da companhia brasileira sobem mais de 2,5% no pregão desta quinta-feira (14/09), contribuindo com o resultado do Ibovespa, o principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).

Oferta restrita

A perspectiva de que a oferta mundial de petróleo sofra restrições ou até déficits no quarto trimestre de 2023 veio à tona nesta semana com as revisões de cenário da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório publicado na terça-feira (12/09), a Opep disse que a economia global tem sido resiliente, apesar de desafios como a inflação elevada, os juros altos e as tensões geopolíticas, e, por isso, deve impulsionar a demanda por petróleo.

Segundo as estimativas da Opep, a demanda global de petróleo deve superar os níveis pré-pandemia em 2023. Apesar disso, a Arábia Saudita e os demais membros da Opep já anunciaram que os atuais cortes de produção serão mantidos até 2024.

A Agência Internacional de Energia disse na quarta-feira (13/09), então, que os cortes de produção implementadas pela Arábia Saudita e pela Rússia devem gerar um “déficit de mercado substancial” até o fim do ano.

Pelos cálculos da AIE, a produção de países como Estados Unidos e Brasil vem compensando os cortes da Opep até agora, mas não deve ser suficiente até o fim do ano. "A perda de produção da OPEP+, liderada pela Arábia Saudita, conduzirá a uma quebra significativa na oferta durante o quarto trimestre", afirmou.