Petrobras (PETR4) vai reativar fábrica de fertilizantes no Paraná

A fábrica Araucária Nitrogenados está parada desde 2020 e deve retomar produção em 2025.

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Publicado em 06/06/2024 às 20:16h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 06/06/2024 às 20:16h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Ansa tem capacidade para produzir 720 mil toneladas/ano de ureia (Divulgação/Petrobras)

A Petrobras (PETR4) aprovou nesta quinta-feira (6) a reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, a ANSA, localizada no Paraná.

🏭 Segundo a companhia, "serão imediatamente iniciados todos os procedimentos necessários à retomada da fábrica, incluindo a publicação dos editais para contratação de serviços de manutenção e de materiais críticos".

Ainda assim, a Petrobras calcula que a operação será reiniciada no segundo semestre de 2025.

Parada há mais de quatro anos

A ANSA tem capacidade de processar cerca de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, usadas na produção de fertilizantes agrícolas. Contudo, está parada desde 2020.

A Petrobras hibernou e colocou a ANSA à venda no final do governo de Jair Bolsonaro (PL), alegando que a fábrica apresentava prejuízos recorrentes e altos custos com matéria-prima.

A estatal, no entanto, suspendeu o processo de venda e anunciou a intenção de retomar as atividades da fábrica em 2023, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Em 17 de abril, a Petrobras já havia autorizado medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações, como a análise da integridade dos equipamentos depois dessa pausa.

Nesta quinta-feira (6), ao aprovar a retomada da operação, a Petrobras também autorizou a ANSA a recontratar os antigos empregados, que foram dispensados quando a fábrica parou de funcionar, mediante acordo no TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Fertilizantes 

🌾 O investimento em fertilizantes voltou à pauta de prioridades da Petrobras em 2023, através do Plano Estratégico 2024-2028.

Para a nova gestão da Petrobras, investir em fertilizantes é estratégico porque agronegócio brasileiro é um grande consumidor de fertilizantes, mas depende de importações para suprir essa demanda. Além disso, os preços internacionais de fertilizantes dispararam no início da guerra entre Rússia e Ucrânia. 

Também com o objetivo de fomentar a fabricação local de fertilizantes, a Petrobras fez um contrato com a Unigel para a produção por encomenda nas fábricas da estatal que estão arrendadas para a companhia química em Sergipe e na Bahia. 

O TCU (Tribunal de Contas da União), no entanto, apontou "indícios robustos" de irregularidades no contrato com a Unigel. Por isso, o negócio ainda não entrou em vigor e a Petrobras tenta uma "solução consensual" com o TCU.