Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) aprovou nesta quinta-feira (8) a distribuição de R$ 13,57 bilhões em dividendos e JCP (Juros sobre o Capital Próprio). É o equivalente a um valor bruto de aproximadamente R$ 1,05 por ação.
💰 Terão direito ao provento os acionistas registrados no próximo dia 21 de agosto. As ações da companhia serão negociadas na condição de ex-direitos a partir de 22 de agosto na B3.
No caso dos ADRs (American Depositary Receipts) negociados na Bolsa de Valores de Nova York, a data de corte do provento será 23 de agosto.
O provento será pago de forma parcelada, nos meses de novembro e dezembro de 2024. Veja o valor de cada parcela:
Os acionistas registrados na B3 receberão a primeira parcela no dia 21 de novembro e a segunda em 20 de dezembro.
Já os detentores de ADRs serão pagos partir de 29 de novembro de 2024 e de 30 de dezembro de 2024, respectivamente.
Vale lembrar que o pagamento de JCP está sujeito à retenção de 15% de IR (Imposto de Renda). Por isso, o valor líquido por ação da primeira parcela será menor para os acionistas que não têm direito a isenção ou imunidade tributária.
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📉 A Petrobras aprovou os dividendos com base nos resultados do segundo trimestre de 2024. A companhia sofreu um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no trimestre, revertendo o lucro de R$ 28,8 bilhões registrado no mesmo período de 2023.
De acordo com a estatal, o resultado foi afetado pela alta do dólar, o acordo de transação tributária de R$ 19,80 bilhões firmado em junho com a União e o acordo trabalhista de 2023. A companhia calcula que o lucro líquido teria chegado a R$ 28 bilhões sem esses efeitos.
Veja aqui mais números do balanço do segundo trimestre da Petrobras.
Diante disso, a Petrobras precisou usar recursos da reserva de remuneração do capital para garantir o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e JCP. A reserva foi criada em 2023 e recebeu parte dos dividendos extraordinários que foram retidos pela companhia no início deste ano.
Segundo a Petrobras, a distribuição dos proventos anunciados nesta quinta-feira (8) é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas vigente.
Essa política que prevê que, "em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões) e resultado positivo acumulado, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre".
Contudo, o resultado acumulado disponível não era suficiente para seguir esse cálculo, devido aos "itens exclusivos deste trimestre que tiveram impacto residual no caixa". Por isso, a companhia usou R$ 6,4 bilhões da reserva de remuneração do capital para arcar com os proventos deste trimestre. Agora, restam, portanto, R$ 15,5 bilhões na reserva.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.