Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O mercado está revendo a projeção de dividendos da Petrobras (PETR4) para 2025, diante da notícia de que a estatal deve reduzir os investimentos previstos para o próximo ano.
💰 O Santander, por exemplo, diz que a mudança seria bem-vinda, pois poderia "desbloquear dividendos extraordinários adicionais para 2025, em um período em que o governo federal continua buscando soluções para sua questão fiscal".
O Itaú BBA também avaliou o possível ajuste na programação de investimentos como positivo para os dividendos de curto prazo. Por isso, elevou a projeção para o DY (Dividend Yield) da Petrobras de 11,9% para 12,7% em 2025.
O Itaú BBA ressaltou, no entanto, que o DY poderia chegar a 14,6% caso a estatal volte a liberar dividendos extraordinários no próximo ano.
✂️ A possibilidade de novos dividendos extraordinários veio à tona depois que a "Reuters" publicou que a Petrobras deve cortar a previsão de investimentos do próximo ano dos atuais US$ 21 bilhões para cerca de US$ 17 bilhões.
A avaliação de fontes ouvidas pela agência é de que o valor, definido pela gestão anterior da Petrobras, era "muito distante da realidade" e "não seria alcançado". A projeção final, no entanto, só será divulgada junto com o Plano Estratégico 2025-2029, previsto para novembro.
Na avaliação do Santander, é razoável esperar que os investimentos da Petrobras fiquem próximos de US$ 17 bilhões em 2025. Afinal, a companhia pretende investir até R$ 14,5 bilhões neste ano e o banco calcula que a estatal só consegue ampliar o seu capex entre 20% e 30% a cada ano.
Diante do atraso de planos como a exploração da Margem Equatorial, a Petrobras também reduziu a projeção de investimentos deste ano. A estatal havia estimado inicialmente US$ 18,5 bilhões de capex para 2024, mas reduziu essa previsão para a faixa de US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões em agosto.
Leia também: Petrobras (PETR4) acelera expansão internacional para repor reservas, entenda
Vale lembrar, no entanto, que a Petrobras também avalia mudanças na sua política de dividendos extraordinários.
O diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Fernando Melgarejo, disse na segunda-feira (14) que essa política está sendo revista, junto com o caixa mínimo de referência da estatal, atualmente estabelecido em US$ 8 bilhões.
🗣️ "Estamos trabalhando para definir um caixa mínimo que garanta a sustentabilidade das operações da Petrobras. O que for excedente, e mantiver a empresa em equilíbrio, será considerado para distribuição como dividendo extraordinário", afirmou.
Para o Santander, o caixa mínimo da Petrobras é menor que a atual referência de US$ 8 bilhões. O banco espera, então, que a estatal esclareça essa questão no seu próximo plano estratégico, dando mais clareza aos investidores sobre a sua capacidade de continuar pagando dividendos extraordinários em 2025.
O banco ainda considera a possibilidade de a Petrobras aumentar o seu teto de dívida bruta, que hoje é de US$ 65 bilhões, de forma a ter mais flexibilidade na administração da sua estrutura de capital. Segundo o Santander, Melgarejo já indicou que a companhia não vai necessariamente tomar mais dívidas por causa de um eventual ajuste dessa métrica.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.