Oi (OIBR3) tem prejuízo 6 vezes maior no 4T24 e afunda na bolsa
Com receita menor e dívida pressionada pelo dólar, Oi teve prejuízo de R$ 2,9 bilhões no 4T24.
🚨 A Oi (OIBR3), em sua segunda recuperação judicial, anunciou na última sexta-feira (28), que deu início a um processo de desmobilização das redes de cobre que sustentaram por décadas o serviço de telefonia fixa no Brasil.
Com a transição do regime de concessão para autorização, autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a companhia agora busca converter esses ativos obsoletos em capital por meio da venda como sucata.
O movimento da Oi faz parte de uma reestruturação ampla para enxugar operações deficitárias e transformar estruturas inativas em receita.
Durante uma teleconferência com investidores e analistas realizada em 27 de março, o presidente da Oi, Marcelo Milliet, explicou que a empresa busca reduzir despesas com manutenção de redes obsoletas, focando em uma operação mais eficiente.
Apesar de não especificar o valor que a companhia pode arrecadar com a venda dos cabos de cobre, Milliet destacou que o principal objetivo é a diminuição de custos operacionais.
A venda do cobre subterrâneo será destinada à V.tal, controlada por fundos do BTG Pactual (BPAC11), enquanto a rede aérea, instalada em postes, permanecerá sob posse da Oi e será vendida gradualmente conforme for extraída.
Apesar do plano de conversão dos ativos, o custo elevado da extração das redes é um desafio considerável.
Com cabos espalhados por todo o território nacional, a logística e os custos associados tornam difícil precisar o valor total que poderá ser arrecadado com a venda do cobre.
Além disso, o processo de arbitragem contra a União, no qual a Oi busca compensação superior a R$ 50 bilhões por prejuízos relacionados à manutenção do serviço de telefonia fixa, continua sem um prazo definido para resolução.
Mesmo assim, a expectativa da empresa é de obter uma decisão parcial ainda este ano.
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Outra estratégia da Oi para fortalecer seu caixa envolve a venda de imóveis que se tornaram ociosos após a mudança operacional.
A companhia possui aproximadamente 7 mil imóveis espalhados por todo o Brasil, variando desde edifícios em áreas nobres de grandes cidades até terrenos rurais.
Contudo, devido à diversidade de perfis desses ativos, a empresa não consegue estimar com precisão o valor que poderá ser arrecadado.
Após se desfazer de suas operações de banda larga, TV por assinatura e internet móvel, a Oi agora aposta em sua subsidiária Oi Soluções como principal via de crescimento.
Especializada em fornecer serviços de TI e conectividade para empresas, a Oi Soluções enfrenta desafios com a queda de faturamento, causada principalmente pela migração de redes de cobre para fibra ótica e pela priorização de serviços com margens mais elevadas.
Mesmo enfrentando dificuldades, o presidente da Oi se mostrou otimista ao afirmar que as subsidiárias Oi Soluções, Serede, Tahto e Oi Services têm potencial para gerar crescimento e valor a longo prazo.
A empresa busca tornar-se uma organização mais ágil e focada em operações lucrativas.
📊 No ano de 2024, a Oi registrou um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 5,4 bilhões em 2023.
No entanto, esse ganho expressivo se deu graças à aprovação de um plano de recuperação que permitiu a renegociação de dívidas, resultando em um ganho contábil de R$ 14,7 bilhões sem impacto direto no caixa.
No entanto, o Ebitda da empresa ficou negativo em R$ 1,5 bilhão em 2024, contrastando com o dado positivo de R$ 568 milhões registrado no ano anterior.
A receita líquida da Oi totalizou R$ 8,3 bilhões em 2024, uma queda de 14,2% em relação ao ano anterior.
A chamada "Nova Oi", que inclui Oi Soluções e subsidiárias, teve receita de R$ 3,1 bilhões, representando uma retração anual de 26%.
A Oi continua em um processo de transformação visando se tornar uma empresa mais eficiente e sustentável financeiramente.
A venda de cobre e imóveis ociosos, somada ao potencial crescimento de subsidiárias estratégicas, são elementos fundamentais para essa reestruturação.
Com receita menor e dívida pressionada pelo dólar, Oi teve prejuízo de R$ 2,9 bilhões no 4T24.
A Mileto desembolsará um pagamento inicial de R$10 milhões, que deve ser quitado em até 60 dias após a conclusão da transação.