O boicote à Starlink de Musk e a rival europeia que cresceu 400%; entenda

Empresa de Paris viu suas ações dispararem com decisões de governos locais

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Publicado em 12/03/2025 às 21:48h - Atualizado 5 horas atrás Publicado em 12/03/2025 às 21:48h Atualizado 5 horas atrás por Wesley Santana
Empresa foi criada pelo governo da Franca e Reino Unido (Imagem: Divulgação)

Embora o começo de ano tenha sido bastante positivo para Elon Musk e seus negócios, o tempo não tem contribuído. Nas últimas semanas, sua principal empresa, a Tesla, amargou quedas sucessivas em Nasdaq, onde está listada, chegando a cravar uma baixa de 45% no acumulado do ano.

📡 Se não bastasse isso, o bilionário também tem sentido o peso na Starlink, sua empresa de internet via satélite. Na Europa, a Itália vinha negociando um contrato de US$ 1,5 bilhão, mas já admite que isso não deve seguir adiante.

Um dos obstáculos é o posicionamento de Musk frente a guerra da Ucrânia e seus ataques à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Ele é um dos defensores de que os Estados Unidos deixem o grupo, portanto, que haja uma diminuição no orçamento de defesa.

Outra nação europeia com um pé atrás é a Polônia, uma das principais apoiadoras da Ucrânia na guerra contra a Rússia. O país busca substitutos entre as empresas que oferecem o mesmo serviço que a Starlink.

Neste contexto, entre muitas concorrentes, a principal beneficiada é a Eutelsat (European Telecommunications Satellite Organization), uma empresa de capital aberto que foi criada a partir de uma cooperação dos governos da França e do Reino Unido. No intervalo da última semana, as ações da companhia cresceram mais de 390% na bolsa de Paris.

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Há duas semanas, a empresa testou e teve sucesso na primeira conectividade 5G usando satélites de órbita terrestre baixa. Isso representa uma grande inovação sobretudo para cobertura de rede em locais remotos.

Muitos analistas acreditam que este é, portanto, o principal momento para as concorrentes que atuam no setor de internet via satélite. Eles pontuam que a Starlink pode perder o seu valuation que era próximo de US$ 350 bilhões na última avaliação.

“Esses números vão cair. Os concorrentes da Starlink não terão dificuldades para levantar toneladas de dinheiro neste momento,” disse Scott Galloway, um importante professor de marketing da Escola de Negócios de Stern, em Nova Iorque. “A espinha de Musk deve ter gelado. A Starlink era o seu veículo de crescimento. Isso poderá tirá-lo da política”, completou.