Nubank (ROXO34) vê lucro disparar 74% no 1T25, mas rentabilidade decepciona

O resultado representa um avanço de 74% em relação ao 1T24, mas mostra estabilidade em relação ao 4T24.

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Publicado em 13/05/2025 às 19:23h - Atualizado Agora Publicado em 13/05/2025 às 19:23h Atualizado Agora por Matheus Silva
O ROE do Nubank atingiu 27% no início deste ano (Imagem: Shutterstock)

🟣 O Nubank (ROXO34) divulgou nesta terça-feira (13), um lucro líquido de US$ 557,2 milhões no primeiro trimestre de 2025, descontados os efeitos da variação cambial.

O resultado representa um avanço de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas mostra estabilidade em relação ao trimestre anterior, com leve alta de 0,9%.

Na base ajustada, também neutra em relação ao câmbio, o lucro atingiu US$ 606,5 milhões, uma expansão de 61,8% na comparação ano a ano.

A cifra superou as expectativas do mercado, cujo consenso médio, segundo dados fornecidos pela companhia, apontava para um lucro de US$ 561 milhões no trimestre.

Em comunicado, o Nubank afirmou que o "sólido crescimento reflete o sucesso contínuo e a resiliência da estratégia e do modelo de negócios" da instituição.

David Vélez, fundador e CEO do banco digital, destacou: "Estamos confiantes de que, ao aprimorar continuamente nosso portfólio e posição de mercado, o Nubank aproveitará a longa jornada de crescimento à nossa frente e proporcionará valor duradouro tanto para clientes quanto para acionistas".

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Rentabilidade recua frente ao trimestre anterior

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Nubank atingiu 27% no início deste ano. O índice cresceu 4 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2024, mas recuou 2 pontos na comparação com o quarto trimestre.

Apesar do bom desempenho, o resultado ficou ligeiramente abaixo das projeções do Goldman Sachs, que esperava um ROE de 28,5%.

Ainda assim, a rentabilidade do banco supera com folga a taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, e permanece acima dos níveis dos bancos tradicionais, como o Itaú Unibanco (ITUB4).

A reação inicial do mercado, no entanto, foi negativa: as ações do Nubank recuaram 4,64% no after market da bolsa de Nova York, sendo cotadas a US$ 12,53.

Receita recorde, custo de serviço em queda

A receita líquida do Nubank alcançou o recorde de US$ 3,2 bilhões no trimestre, alta de 40% frente ao mesmo intervalo de 2024. Por outro lado, a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) caiu 1,75%, para US$ 11,20.

O banco destacou que, com o lançamento de novos produtos e a entrada em segmentos ainda pouco explorados, esse indicador deve crescer nos próximos períodos, buscando se aproximar dos níveis de instituições tradicionais, que apresentam receitas acima de US$ 40 por cliente.

Já o custo médio mensal para atender cada cliente ativo caiu 12,5%, atingindo US$ 0,70.

Em relação à base de usuários, o Nubank encerrou o trimestre com 118,6 milhões de clientes ativos, crescimento de 4,3 milhões em doze meses.

No Brasil, o banco já alcança 104,6 milhões de clientes, o que corresponde a 59% da população adulta.

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Carteira de crédito cresce, mas inadimplência exige atenção

O portfólio de crédito total do Nubank atingiu R$ 24,1 bilhões no primeiro trimestre, avanço de 22,9% na comparação anual e 16,4% frente ao trimestre anterior. A receita líquida de juros (NII) somou US$ 1,8 bilhão, aumento de 34% na base anual.

Porém, a margem financeira líquida (NIM) sofreu leve compressão, caindo para 17,5%. Ajustado ao risco, o indicador recuou para 8,2%, refletindo o aumento nas provisões para perdas de crédito, que totalizaram R$ 973,5 milhões no período — alta de 17% em doze meses.

No quesito inadimplência, o índice de atrasos acima de 90 dias atingiu 6,5%, com alta de 0,2 ponto percentual na comparação anual, mas queda de 0,5 ponto em relação ao trimestre anterior.

📊 O Nubank atribuiu essa evolução ao forte crescimento da carteira e ao modelo de provisionamento antecipado, reforçando o compromisso com a gestão prudente do risco de crédito.