Nesta sexta-feira (5), as ações da Ultrapar (UGPA3) operam com forte alta de 6% na bolsa de valores. Por volta das 15h, os papéis eram negociados próximos de R$ 21, com o melhor desempenho em quase um ano.
A performance positiva vem na sequência do anúncio do governo Lula da remodelação do Vale Gás, que agora passa a se chamar Gás do Povo. Em vez de receber o dinheiro como acontecia, agora os beneficiários vão retirar os botijões em lojas físicas conveniadas com o governo.
Na análise do BTG Pactual, o atual formato do programa tem tudo para beneficiar a empresa, que tem a maior parte da sua operação focado na oferta de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). O banco de investimentos publicou um relatório destacando os pontos positivos da companhia e elevando o preço-alvo de R$ 21 para R$ 26, o que representa um avanço de 25% sobre a cotação atual.
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“Nossa previsão se baseia em três pilares: (i) um momento operacional sólido, com margens que devem continuar se expandindo em todas as unidades de negócios, uma tendência que acreditamos ainda não estar totalmente refletida nos preços de mercado; (ii) um ponto de entrada atrativo, com as ações sendo negociadas a 9x o Preço/Lucro (P/L) de 2026, um desconto em relação à média histórica da empresa de 13x e (iii) uma rápida desalavancagem, com a dívida líquida/Ebitda previsto para atingir 1,5x até o final de 2026”, escreveram os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.
O Gás do Povo promete cobrir uma parcela de 15 milhões de famílias, parte delas que ainda usam fogão a lenha para cozinhar. Serão fornecidos até quatro botijões de gás por ano, dependendo do número de integrantes de cada residência.
Os próprios beneficiários farão a retirada do item por meio do aplicativo oficial do programa, que ainda será disponibilizado pelo governo federal. Há quem diga que essa mudança pode representar um incremento de 1 milhão de toneladas de GLP por ano no mercado, o que evidentemente vai contribuir para a receita e os lucros de companhias do setor.
“A Ultrapar está entrando em um momento ideal: ventos favoráveis cíclicos e estruturais,, avaliação atrativa e flexibilidade na alocação de capital. Com as ações ainda incorporando premissas excessivamente conservadoras, vemos uma configuração assimétrica, com risco/retorno distorcido positivamente, o que sustenta nossa atualização. O risco para nossa tese reside em contratempos na agenda regulatória da Ipiranga e da Ultragaz, que podem impactar as margens futuras”, finalizaram os analistas.
Holding diversificada, com participações em Ultragaz, Ultracargo e Postos Ipiranga, também teve maior resultado operacional.
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