Minha Casa, Minha Vida pode liberar imóveis de R$ 500 mil e agitar construtoras na B3
A avaliação é da XP, que vê no horizonte oportunidades tanto para o setor imobiliário quanto para famílias que sonham com a casa própria.
💲 A MRV&Co (MRVE3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com vendas líquidas de R$ 2,17 bilhões, um avanço modesto de 1,7% em relação ao mesmo período de 2024.
O crescimento ficou abaixo do esperado devido a travas temporárias nos repasses de unidades em programas habitacionais regionais.
Segundo a prévia operacional divulgada pela companhia, 1.400 unidades deixaram de ser repassadas, especialmente nos municípios de Manaus, e nos Estados do Ceará e Rio Grande do Sul, afetando um volume geral de vendas (VGV) de cerca de R$ 320 milhões.
“A causa dos problemas já foi sanada, e esperamos a regularização desse backlog ao longo do segundo trimestre”, afirmou a construtora no relatório.
Na contramão da estabilidade nas vendas, os lançamentos totalizaram R$ 2,89 bilhões em VGV, o que representa um salto de 81% na comparação anual, demonstrando avanço da estratégia comercial mesmo diante dos entraves operacionais.
O CFO do grupo, Ricardo Paixão, destacou que, sem os gargalos nos repasses, o volume de vendas teria se aproximado do recorde de R$ 2,6 bilhões registrado no quarto trimestre de 2024.
O consumo de caixa ajustado no período foi de R$ 48,3 milhões, revertendo a geração de R$ 24,8 milhões de um ano antes.
O principal motivo foi o descompasso entre unidades produzidas e repassadas, que gerou um impacto negativo estimado em R$ 110 milhões.
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Desconsiderando esse fator, a construtora teria registrado uma geração de caixa ajustada de R$ 61,7 milhões no trimestre.
Outro fator que afetou o caixa da companhia foi a mudança nas regras de repasse da Caixa Econômica Federal, operadora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), especialmente com a criação da nova Faixa 4, voltada à classe média.
Com forte exposição ao programa, a MRV projeta ganhos relevantes com a reformulação do MCMV, que agora inclui famílias com renda mensal de até R$ 12 mil e imóveis com teto de R$ 500 mil.
Segundo o CFO, a empresa está concentrada nas faixas 2 e 3, mas já possui 13% de seu estoque na Faixa 4, com um VGV de R$ 1,6 bilhão.
Somando o banco de terrenos, a empresa estima R$ 4,2 bilhões em ativos prontos ou em planejamento voltados a essa nova faixa.
“O impacto será muito relevante, tanto pelo aumento do poder de compra dos clientes quanto pela redução na nossa necessidade de conceder crédito”, afirmou Paixão.
A Resia, subsidiária norte-americana do grupo, teve consumo de caixa de US$ 59 milhões no 1º trimestre, sem venda de ativos no período.
No entanto, a empresa está em fase avançada para vender o empreendimento Dallas West, no Texas, com 96% de ocupação.
A expectativa é de que a venda ocorra ainda no segundo trimestre. Além disso, há planos para alienar os ativos Rayzor Ranch, Ten Oaks (ambos no Texas) e Tributary, no Estado da Geórgia.
📊 A meta da MRV&Co é vender US$ 800 milhões em ativos até o fim de 2026 no mercado americano.
A avaliação é da XP, que vê no horizonte oportunidades tanto para o setor imobiliário quanto para famílias que sonham com a casa própria.
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