MRV (MRVE3) vende R$ 2,17 bi no 1º trimestre de 2025; lançamentos sobem 81%

O crescimento ficou abaixo do esperado devido a travas temporárias nos repasses de unidades em programas habitacionais regionais.

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Publicado em 15/04/2025 às 19:50h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 15/04/2025 às 19:50h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
Segundo a prévia operacional, 1.400 unidades deixaram de ser repassadas (Imagem: Shutterstock)

💲 A MRV&Co (MRVE3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com vendas líquidas de R$ 2,17 bilhões, um avanço modesto de 1,7% em relação ao mesmo período de 2024.

O crescimento ficou abaixo do esperado devido a travas temporárias nos repasses de unidades em programas habitacionais regionais.

Segundo a prévia operacional divulgada pela companhia, 1.400 unidades deixaram de ser repassadas, especialmente nos municípios de Manaus, e nos Estados do Ceará e Rio Grande do Sul, afetando um volume geral de vendas (VGV) de cerca de R$ 320 milhões.

“A causa dos problemas já foi sanada, e esperamos a regularização desse backlog ao longo do segundo trimestre”, afirmou a construtora no relatório.

Lançamentos aceleram e atingem quase R$ 3 bilhões

Na contramão da estabilidade nas vendas, os lançamentos totalizaram R$ 2,89 bilhões em VGV, o que representa um salto de 81% na comparação anual, demonstrando avanço da estratégia comercial mesmo diante dos entraves operacionais.

O CFO do grupo, Ricardo Paixão, destacou que, sem os gargalos nos repasses, o volume de vendas teria se aproximado do recorde de R$ 2,6 bilhões registrado no quarto trimestre de 2024.

Caixa impactado por timing de repasses

O consumo de caixa ajustado no período foi de R$ 48,3 milhões, revertendo a geração de R$ 24,8 milhões de um ano antes.

O principal motivo foi o descompasso entre unidades produzidas e repassadas, que gerou um impacto negativo estimado em R$ 110 milhões.

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Desconsiderando esse fator, a construtora teria registrado uma geração de caixa ajustada de R$ 61,7 milhões no trimestre.

Outro fator que afetou o caixa da companhia foi a mudança nas regras de repasse da Caixa Econômica Federal, operadora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), especialmente com a criação da nova Faixa 4, voltada à classe média.

MCMV: novas faixas e mais potencial

Com forte exposição ao programa, a MRV projeta ganhos relevantes com a reformulação do MCMV, que agora inclui famílias com renda mensal de até R$ 12 mil e imóveis com teto de R$ 500 mil.

Segundo o CFO, a empresa está concentrada nas faixas 2 e 3, mas já possui 13% de seu estoque na Faixa 4, com um VGV de R$ 1,6 bilhão.

Somando o banco de terrenos, a empresa estima R$ 4,2 bilhões em ativos prontos ou em planejamento voltados a essa nova faixa.

“O impacto será muito relevante, tanto pelo aumento do poder de compra dos clientes quanto pela redução na nossa necessidade de conceder crédito”, afirmou Paixão.

Operação nos EUA: vendas à vista

A Resia, subsidiária norte-americana do grupo, teve consumo de caixa de US$ 59 milhões no 1º trimestre, sem venda de ativos no período.

No entanto, a empresa está em fase avançada para vender o empreendimento Dallas West, no Texas, com 96% de ocupação.

A expectativa é de que a venda ocorra ainda no segundo trimestre. Além disso, há planos para alienar os ativos Rayzor Ranch, Ten Oaks (ambos no Texas) e Tributary, no Estado da Geórgia.

📊 A meta da MRV&Co é vender US$ 800 milhões em ativos até o fim de 2026 no mercado americano.