Mobly (MBLY3) recebe proposta de OPA de até 100% das ações por R$ 0,68
A intenção da família Diniz de realizar uma OPA pela Mobly foi revelada em março.
🚨 A tensão entre a Mobly (MBLY3) e a Tok&Stok ganhou um novo capítulo nesta semana, após a Mobly comunicar ao mercado a cobrança de R$ 5,2 milhões por despesas com plano de saúde supostamente pagos de forma indevida a ex-conselheiros da Tok&Stok e seus familiares, ligados à família Dubrule, fundadora da varejista.
Segundo o comunicado da Mobly, enviado na quarta-feira (16), foram identificados desembolsos mensais recorrentes para custeio de benefícios médicos a quase 30 pessoas, incluindo membros da família Dubrule e outros ligados a eles, sem qualquer respaldo contratual, legal ou justificativa de interesse social.
A Tok&Stok já notificou os beneficiários, exigindo a restituição integral do valor no prazo de 5 dias e informando o encerramento imediato dos pagamentos.
O episódio ocorre poucos dias após a Mobly receber um edital de OPA (Oferta Pública de Aquisição) para compra de até 100% de suas ações.
A proposta foi apresentada pela Regain Participações e por Paul Jean Marie Dubrule, com preço de R$ 0,68 por ação.
A companhia ainda não respondeu oficialmente à oferta, mas informou que analisará o impacto e publicará um parecer prévio em até 15 dias.
A Mobly encerrou o pregão de hoje (17) cotada a R$ 1,04, uma alta de 7,22% em relação ao preço do IPO, realizado em 2021.
A família Dubrule, que se opôs à fusão desde o início, justifica a OPA com base em uma dívida superior a R$ 600 milhões e na ausência de lucro desde a abertura de capital da Mobly.
Para viabilizar a proposta, comprometeu-se a capitalizar R$ 100 milhões na empresa, além de converter debêntures da Tok&Stok (R$ 56,5 milhões) e créditos adicionais de R$ 68,8 milhões em participação acionária.
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Em agosto de 2024, a Mobly firmou acordo com a gestora SPX, controladora da Tok&Stok, para assumir o comando da rede.
A operação deu origem a um grupo com receita estimada de R$ 1,6 bilhão, mas não foi bem recebida pela família fundadora, que entrou na Justiça para contestar os termos da transação.
O fundador da Tok&Stok, Régis Dubrule, chegou a declarar que a fusão era o “abraço de afogados”. “Estamos absolutamente convencidos de que conseguimos salvar a Tok&Stok sozinhos”, afirmou, na época.
Para proteger a Mobly das dívidas da Tok&Stok, foi elaborado um modelo financeiro com blindagem jurídica: a Tok&Stok entrou com pedido de recuperação extrajudicial, que incluiu carência de juros por 1 ano e amortizações só a partir de 2026, com prazo total até 2034.
Avaliada em R$ 1,1 bilhão em seu auge, a Tok&Stok foi precificada na operação por apenas R$ 112 milhões, cerca de 10% do valor histórico.
Com o prazo correndo para que a Mobly se posicione oficialmente sobre a OPA, o mercado observa os movimentos da família Dubrule, que articula a recompra da empresa e a retomada de influência na operação.
📊 A disputa ganhou novos contornos com a cobrança milionária ligada ao plano de saúde, e deve continuar mobilizando os investidores, em meio a um cenário marcado por dívidas de valores altos e desalinhamento entre os sócios e dúvidas sobre a viabilidade do modelo de negócio combinado.
A intenção da família Diniz de realizar uma OPA pela Mobly foi revelada em março.
O grupo também mudará sua sede para a loja da Tok&Stok na Pompéia (SP).