Minerva (BEEF3) é o frigorífico mais afetado pela tarifa de Trump, veja impactos

Companhia chegou a cair 9,5% na bolsa nesta 5ª (10), diante da nova tarifa americana.

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Publicado em 10/07/2025 às 14:07h - Atualizado 13 horas atrás Publicado em 10/07/2025 às 14:07h Atualizado 13 horas atrás por Marina Barbosa
Minerva é a maior exportadora de carne bovina na América do Sul (Imagem: Shutterstock)

A Minerva (BEEF3) chegou a cair 9,5% nesta quinta-feira (10), na esteira do anúncio de que os Estados Unidos vão taxar em 50% os produtos brasileiros.

A queda foi a maior registrada entre os frigoríficos listados na B3, pois a empresa é apontada por analistas como a mais exposta do setor ao tarifaço de Donald Trump.

💲 Em comunicado, a Minerva confirmou que a tarifa de 50% anunciada nessa quarta-feira (9) por Trump pode afetar até 5% da sua receita.

A companhia explicou que 16% do seu faturamento vem das vendas realizadas aos Estados Unidos, mas observou que só 30% dessa cifra é proveniente do Brasil. O restante diz respeito a produtos fabricados em outros países, nomeadamente Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália.

"Desse modo, as exportações brasileiras e sujeitas a nova política tributária, apresentam impacto potencial máximo ao redor de 5% da receita líquida", afirmou.

A Minerva disse ainda que a sua estratégia de diversificação geográfica lhe permite "arbitrar os mercados, reduzindo riscos, alavancando oportunidades e respondendo com eficiência a mudanças de cenário como essa".

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Reação na B3

Depois desse comunicado, a companhia conseguiu diminuir as perdas na bolsa. A ação, contudo, segue figurando entre as maiores quedas do dia na B3.

📉 Às 13h44, a Minerva recuava 4,38% na bolsa. Já a Marfrig (MRFG3) perdia 1,86%. BRF (BRFS3) e JBS (JBSS32), por outro lado, operavam no azul, com ganhos de 0,09% e 2,09%, respectivamente.

Em nota, a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) disse que qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros representa um entrave ao comércio internacional e, consequentemente, impacta o setor.

"A Abiec reforça a importância de que questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar, especialmente num cenário que exige cooperação e estabilidade entre os países", afirmou, dizendo que os americanos recebem produtos "com qualidade, regularidade e preços acessíveis" do Brasil.

Segundo dados do governo, a carne bovina é um dos produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos. Só no primeiro trimestre deste ano, o país vendeu US$ 737,8 milhões em carnes para o país.