Mais concorrência para a B3 (B3SA3): CSD BR quer entrar no negócio de bolsa

Entre os sócios da CSD BR, estão a Santander Corretora, o BTG Pactual e a Bolsa de Chicago.

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Publicado em 24/09/2024 às 17:17h - Atualizado 11 minutos atrás Publicado em 24/09/2024 às 17:17h Atualizado 11 minutos atrás por Marina Barbosa
Ao menor outras três empresas pretendem entrar no segmento e, por isso, ameaçam hegemonia da B3 (Imagem: Shutterstock)

A nova Bolsa de Valores do Rio de Janeiro não deve ser a única concorrente da B3 (B3SA3). Isso porque a registradora de ativos financeiros CSD BR também quer entrar no mercado de bolsa no Brasil e deve avançar com as formalidades necessárias para isso ainda neste ano.

🗓️ De acordo com o "Estado de S. Paulo", a CSD BR apresentará até o final do ano ao BC (Banco Central) um pedido para operar como uma contraparte central, a estrutura que permite o fechamento das múltiplas negociações de um ativo e, por isso, é considera o "coração de uma bolsa". Com isso, a expectativa da CSD BR é estar pronta para entrar no negócio de bolsa até 2027.

A CSD BR opera há mais de seis anos no Brasil, como registradora de ativos financeiros, valores mobiliários e operações de seguro, como CDBs, swaps e apólices. Em 2022, a empresa ganhou dois acionistas de peso: a Santander Corretora e o BTG Pactual (BPAC11). Em 2023, ainda fez uma parceria com a Bolsa de Chicago.

📈 A outra potencial concorrente da B3 é a ATG, empresa da Mubadala que pretende abrir uma bolsa de valores no Rio de Janeiro no segundo semestre do próximo ano. O empreendimento foi confirmado em julho deste ano, em cerimônia realizada pela prefeitura do Rio de Janeiro, que sancionou uma lei para reduzir os impostos pagos por bolsas de valores na cidade e, assim, viabilizar a "volta da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro".

Outras empresas também têm tentado furar o mercado que vem sendo dominado pela B3 nos últimos anos. A A5X, por exemplo, quer lançar uma bolsa de derivativos em 2026 e a Cerc mira uma bolsa de renda fixa em 2025.

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Golman Sachs vê risco para as ações da B3

Na avaliação do Goldman Sachs, o potencial aumento da concorrência é um risco para as receitas e também as ações da B3. 

Em relatório publicado nesta terça-feira (23), o banco explicou que as receitas de ações representaram 35% das receitas totais da B3 nos últimos 12 meses. E ressaltou que de 80% a 90% dessa cifra estão relacionados à compensação, justamente o mercado em que a CSR BR pensa em atuar.

O Goldman Sachs, no entanto, também destaca a possibilidade de uma nova contraparte central criar ineficiências no mercado, lembrando que a maior parte dos países opera com apenas uma estrutura desse tipo. Além disso, o banco calcula que o risco de concorrência é mais limitado no segmento de derivativos. 

Diante disso, o Goldman Sachs tem uma recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 13 para as ações da B3. Ou seja, o banco ainda vê espaço para a valorização do papel, que fechou o pregão de segunda-feira (23) cotado a R$ 11,20.

Em relatório, o Goldman Sachs explicou que as ações da B3 estão sendo negociadas a 12,2x o P/L (Preço Sobre o Lucro) estimado para 2025. Isto é, abaixo da sua média histórica de 17,6x e da média das demais bolsas globais, de 25x.