Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá, nesta segunda-feira (11), o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Patres, no Palácio do Planalto. O encontro será o 1º de dois e deverá discutir a decisão da petroleira em não distribuir dividendos extraordinários, apoiada pela equipe econômica da empresa, e os resultados financeiros do quarto trimestre de 2023.
📊 O episódio coloca em risco a permanência de Prates, já fragilizado na cadeira de CEO da estatal. Desde 2023, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) têm feito duras críticas à sua gestão. O próprio presidente Lula também já criticou as ações de Patres em dezembro.
“A cabeça dele é muito fértil. Ele pensa numa velocidade de Fórmula 1 e eu funciono numa velocidade de Volkswagen. Eu preciso aprender o que é isso que ele vai fazer”, disse Lula ao ser questionado sobre a criação da Petrobras Arábia.
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Apenas no 4º trimestre de 2023, o lucro líquido da estatal atingiu R$ 31 bilhões, redução de 28,4% em relação com o mesmo período do ano anterior, no entanto, com crescimento de 16,6% na comparação com o 3º trimestre de 2023.
Somados aos resultados financeiros negativos, o Ebitda atingiu R$ 66,8 bilhões no último trimestre de 2023, o que também representa uma queda de 8,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
📉 Do outro lado, a dívida da empresa subiu para US$ 44,69 bilhões, valor 7,7% superior em comparação ao registrado no mesmo período de 2022 e 2,2% maior do que o apresentando no fim do terceiro trimestre de 2023.
Um dia após a divulgação dos resultados, as ações da empresa despencaram cerca de 13%, a R$ 35,97. A companhia perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado, ainda liderando com folga o ranking de maiores empresas da B3, sendo o segundo lugar da é o Itaú (ITUB4).
Apesar disso, a Petrobras irá encaminhar à AGO (Assembleia Geral Ordinária), que ocorrerá em 25 de abril, uma distribuição de dividendos a R$ 14,2 bilhões.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.