IRB (IRBR3): CVM imputa fraude contábil a executivos, incluindo CEO da Eletrobras

A investigação resultou na acusação de 11 ex-diretores e conselheiros da empresa, de acordo com o jornal O Globo.

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Publicado em 22/08/2024 às 09:32h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/08/2024 às 09:32h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.

📊 A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) finalizou a investigação principal sobre o escândalo de fraude contábil envolvendo o IRB (IRBR3), resultando na acusação de 11 ex-diretores e conselheiros da empresa, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo.

Entre os acusados está Ivan Monteiro, ex-CEO da Petrobras (PETR4) e atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET6), que ocupou a presidência do Conselho de Administração do IRB até 2020.

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal durante o governo Bolsonaro, também figura entre os nomes envolvidos.

Além deles, outros executivos de peso, como Fernando Passos, ex-diretor financeiro do IRB, José Carlos Cardoso, ex-presidente da companhia, e Werner Suffert, ex-vice-presidente executivo de Relações com Investidores, foram citados no processo.

A lista ainda inclui ex-conselheiros como Alexsadro Broedel Lopes, Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz.

O processo se intensificou no início deste mês, quando a CVM enviou a acusação formal à Gerência de Controle de Processos Sancionadores (GCP), que começou a citar os envolvidos.

📉 O caso remonta a fevereiro de 2020, quando a gestora Squadra Investimentos levantou suspeitas sobre a transparência dos resultados financeiros do IRB, apontando possíveis práticas contábeis irregulares que teriam inflado os lucros da empresa artificialmente.

Essas práticas duvidosas começaram a chamar ainda mais atenção após rumores, posteriormente desmentidos, de que a Berkshire Hathaway, empresa do bilionário Warren Buffett, havia adquirido ações do IRB.

A desconfiança em torno da governança corporativa da empresa foi confirmada em março do mesmo ano, quando a Berkshire Hathaway negou publicamente qualquer envolvimento com o IRB, provocando uma queda abrupta no valor das ações e gerando uma crise de confiança no mercado.

O escândalo levou à renúncia de altos executivos do IRB e suscitou uma série de investigações por parte da CVM e do Ministério Público, que buscavam identificar os responsáveis pela divulgação de informações falsas e pelas irregularidades contábeis.

O caso trouxe à tona questões cruciais sobre a governança corporativa no Brasil, evidenciando a necessidade de maior transparência e fiscalização para proteger investidores e assegurar a integridade do mercado financeiro.